A venda de veículos em geral no Rio Grande do Sul fechou o primeiro trimestre de 2022 com queda de 13,48% em relação ao mesmo período do ano passado. Os recuos mais intensos foram registrados pelos automóveis de passeio e carros comerciais leves, que são os que representam o maior volume no total de emplacamentos. Considerando ambos, o recuo foi de 24,76%.
Implementos rodoviários também tiveram redução. Já caminhões, ônibus e motos registram aumento de vendas. Os dados são do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do RS (Sincodiv-RS). A queda no Rio Grande do Sul foi mais intensa do que na média nacional. Em março sobre fevereiro, porém, houve alta de 20,52% na comercialização, não o suficiente para garantir o trimestre.
A falta de alguns modelos, alta de preços dos veículos, a escassez de peças na indústria, os altos custos de produção estão entre alguns dos motivos. Há, ainda, o impacto da inflação na renda dos consumidores. Ao comentar os resultados do país, a entidade nacional de concessionárias de veículos também disse que a alta nos preços dos combustíveis retrai o consumidor que pensa em comprar ou trocar de carro.
O preço dos carros tem pressionado a inflação. Com frequência, a alta de automóveis novos e usados é citada pelo IBGE entre as principais influências do IPCA, índice oficial aqui no Brasil. O item é caro, pesa no orçamento, mas, principalmente, tem subido muito. Em 12 meses, aqui na região metropolitana de Porto Alegre, a alta média foi de 20,85% para o automóvel novo, segundo o monitoramento do IBGE. É o dobro da inflação geral do período.
Escassez de insumos e sua consequente alta de preços, além de gargalos logísticos mundiais, provocaram o aumento. Aço, plástico, vidro e semicondutores dispararam e formam boa parte dos custos da indústria automotiva. Em entrevista ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, o presidente do (Sincodiv-RS), Paulo Siqueira, fez uma projeção de alta:
- Uma parte importante desse aumento de preço advém dessa carestia de insumos. Mas uma outra parte também, em função de uma política das montadoras, advém de oportunidade de mercado, que é uma lei natural de oferta e demanda. Onde tem espaço para aumentar o preço, isso vai ocorrer. Essas variáveis devem continuar ocorrendo. A gente espera aumentos de 2% até 3% em cada 30 ou 60 dias.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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