Independentemente do revés na Justiça e do andamento do processo, o Grupo Cobra aposta mesmo em uma solução administrativa para a transferência do projeto de energia de Rio Grande. Já com as licenças ambientais, a empresa espanhola espera que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) transfira a outorga do complexo para que seja dado início às obras de R$ 6 bilhões, o que promete ser o maior investimento privado da história do Rio Grande do Sul. O posicionamento foi reforçado pelo CEO do Cobra, Jaime Llopis, que entrou em contato com a coluna nesta sexta-feira (8). O executivo enfatizou que o Cobra não é parte do processo judicial.
- O Cobra não é parte no processo judicial. Estamos apostando na solução administrativa na Aneel.
Nessa quinta-feira (6), a coluna noticiou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) restabeleceu decisão da Aneel que revogou a outorga da usina termelétrica, parte do projeto que inclui um terminal de regaseificação e um píer para navios atracarem como gás. A ação envolve a agência reguladora e a Bolognesi, empresa que tocava o projeto antes, mas não cumpriu os prazos para iniciar a geração de energia.
A coluna questionou Llopis sobre qual a previsão de andamento do assunto na Aneel, já que depende disso a execução do projeto. Ele disse não saber, pois a empresa não está recebendo retorno e não consegue marcar audiência.
- Há essa incerteza, mas preferimos confiar na solução. Enquanto isso, seguimos a preparação para o empreendimento, mas não podemos dar previsão - diz ele, que evita falar sobre risco de desistência por parte da empresa e ainda se mostra confiante no acerto com a agência de energia.
A Rádio Gaúcha está solicitando à Aneel uma entrevista sobre o assunto. Porém, ainda não obteve retorno positivo.
A expectativa é de que o complexo gere 5 mil empregos, incluindo a fase de obras. Ele traz uma grande esperança econômica para a região Sul, castigada pela decadência do polo naval. Se o projeto não avançar por não atender a requisitos técnicos, não há o que se falar. Porém, a falta de diálogo não pode ser um motivo.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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