O jornalista Daniel Giussani colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Chegou ao fim na última sexta-feira (28) a 26ª edição da Fenin Fashion, tradicional feira da indústria têxtil e de confecções para o varejo que aconteceu em Gramado. O faturamento total em volume de vendas correspondeu à previsão da organização: R$ 250 milhões. O bom resultado é fruto de um movimento que chama atenção: o da busca cada vez maior de produtos nacionais por causa de entraves globais como frete alto e valor do dólar.
— Estamos lidando com a alta do dólar e a dificuldade de importar. Os contêineres que custavam 2,5 mil dólares passaram para 14 mil dólares. Isso incide direto no preço do produto. Com isso, as grandes empresas estão mandando produzir aqui e o varejo está comprando muito mais da indústria local — fala Julio Viana, diretor da feira.
A percepção é a mesma para Paulo Kruse, presidente do Sindilojas Porto Alegre e empresário com forte experiência no setor de confecções:
— As indústrias de roupa estão vendendo muito bem porque o lojista precisa ter produto. O último inverno foi muito bom, até faltou produtos. Agora, as empresas estão comprando das confecções daqui, das malharias daqui, até para garantir estoque para o próximo inverno. As vendas estão muito significativas — diz Kruse.
Um desafio atual agora é conseguir dar conta da demanda, que está bem alta. Construir uma indústria têxtil requer um grande investimento e tempo. Para Kruse, a capacidade atual de produção instalada está em desacordo e as empresas estão trabalhando fortemente para atender às necessidades do inverno. Viana destaca também que, por conta da atual demanda, pode haver falta de matéria-prima em alguns casos:
— O único processo que ficou ruim foi porque falta muita matéria-prima para o pessoal produzir, pelo aumento da demanda. Isso acaba elevando um pouco o preço dos produtos nacionais também. Mas como o dólar e o frete estão muito altos, o produto interno ainda fica mais barato, ou, no máximo, igual — diz Viana.
Ao todo, mais de 8 mil lojistas passaram pela Fenin. Cerca de 100 expositores estiveram no evento em Gramado, expondo mais de mil marcas. Uma delas foi a Moni, de confecção de artigos de lã de Flores da Cunha, que teve as vendas triplicadas em relação a edição do ano passado. A próxima edição da feira acontecerá em em junho, em Balneário Camboriú, com foco nas vendas de primavera-verão.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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