A criação de empresas no Rio Grande do Sul deu um salto em 2021. Foram 241.986 registros na Junta Comercial, Industrial e de Serviços do Rio Grande do Sul (JucisRS), novamente um recorde. O crescimento foi de 23% sobre 2020, quando foram 196.302 constituições.
Mesmo com a pandemia, os registros cresceram. Os dois últimos anos tiveram números superiores a 2019, quando ocorreram 186.746 registros. Boa parte disso é explicada pelos microempreendedores individuais (MEI). Desde que foi criada a figura jurídica para estimular a formalização de trabalhadores, ela domina as estatísticas. Além disso, cresce em tempos de retração do mercado de trabalho, quando o empreendedorismo por necessidade vira alternativa para busca de renda.
Em 2021, o Rio Grande do Sul ganhou 196.153 microempreendedores individuais. Perceba que, sozinho, o MEI representou toda a criação de empresas registrada no Estado no ano anterior.
Houve crescimento também em outros tipos de empresa, como S/A (sociedades anônimas) e cooperativas. Destaque para o avanço nas LTDA. Foram 33 mil novas, um aumento de 50% sobre o ano anterior. LTDA é a abreviação de “limitada” e vem de sociedade limitada, sociedade empresarial limitada ou ainda sociedades de responsabilidade limitada. Nela, a responsabilidade dos sócios é “limitada”, como o nome diz, a quanto investiram no negócio.
Porém, chama a atenção uma queda de 38% nos números de novas Eireli (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada). No ano passado, foram 3.492. Em relação a 2019, já tinha caído também quase 50%. Eireli é um tipo de microempresa com apenas um sócio, o proprietário. Sem limite de faturamento anual e podendo optar pelo Simples Nacional, era uma opção para empreendedores e profissionais que não se enquadram como MEI. Porém, ela está sendo extinta. Lei publicada em 2021 criou a nova modalidade societária Sociedade Limitada Unipessoal (SLU), que retira exigência de capital social mínimo de cem salários mínimos e separa patrimônio pessoal do empreendedor e da empresa.
Extinção
A extinção de empresas também cresceu bastante. Em 2021, foram 94.072, contra 65.947 do ano anterior. Ou seja, é uma alta de 45%. A alta ocorreu em todas os tipos de empresas. Mas, também no caso de fechamentos, os MEI se destacaram. Foram extintos os registros de 62.465 microempreendedores. Tradicionalmente, esses trabalhadores têm uma inadimplência alta ao deixarem de pagar a taxa que reúne os tributos da categoria. Em muitos casos, até por esquecimento. Isso leva à perda do registro.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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