A marca Fiber, do grupo gaúcho Top Shoes Brasil, está lançando um tênis feito com tecnologia 3D que custa R$ 1.848. O valor é explicado, de acordo com o CEO da empresa, Gustavo Dal Pizzol, pela tecnologia embarcada no produto — que vai desde a impressão em 3D até automação na montagem — e pela exclusividade, já que são produzidas poucas unidades do calçado. Aliás, o primeiro lote, com 200 pares, foi vendido em três dias.
— Esse é o tênis que construímos com as melhores tecnologias que o grupo tem. A parte da Fiber produz todo tecido e o tênis em si. A nossa fábrica de impressoras 3D imprime o solado, e nossa fábrica de automação monta o produto. A Fiber não economizou em nada — diz Dal Pizzol.
A impressão 3D permite que tecidos sejam impressos já na modelagem do produto, sem precisar de cortes ou costuras. É o que o setor chama de tecelagem técnica. Hoje, a Top Shoes Brasil já tem 500 impressoras 3D em sua fábrica em Campo Bom. É com essa tecnologia, também, que a empresa produz as conhecidas máscaras Fiber Knit, usadas para práticas esportivas. Aliás, a empresa já vendeu 4 milhões de unidades desse produto.
Ao todo, o desenvolvimento do tênis durou dois anos, incluindo testes de durabilidade, conforto e performance. Outra característica é de sustentabilidade. Além de não produzir resíduo, já que a impressão do tecido já vem no molde desejado pela empresa, todo o fio utilizado na produção é reciclado de garrafa PET.
— Colocamos um produto no mercado que entrega um diferencial de conforto acima da média. É interessante porque a marca já tem muitos seguidores, pessoas engajadas, conhecem o produto por causa da máscara e agora também estão interessadas no tênis.
Além do primeiro lote, já esgotado, a empresa começou, na última segunda-feira (17) a produzir o tênis em linha. São cerca de 20 unidades feitas por dia. O volume baixo também é para garantir a exclusividade.
— Se observar, muito provavelmente o tênis vai estar em falta de tempos em tempos, como vai vendendo mais rápido do que a produção. Logo a Fiber vai começar a acelerar esse produto. Mas são projetos extremamente exclusivos. Ele não deve ficar muito tempo no mercado. Vamos lançar outros modelos, para seguir com essa ideia de exclusividade — comenta.
Novidades na indústria
Atualmente, a estrutura do grupo Top Shoes Brasil é dividida em três operações em Campo Bom. Agora entre março e abril, porém, a empresa vai juntar todas em um único complexo industrial, que vai aumentar em sete vezes a atual estrutura física na cidade. Além da Fiber, também é dona da marca Gate 3D, de impressão 3D, que atualmente, trabalha com 500 impressoras imprimindo materiais para indústria calçadista e moveleira. O número de máquinas, todavia, deve dobrar até o final do ano. Também está lançando uma outra empresa com foco na automação industrial.
— Começamos já com muita força no ano passado. A pandemia, ao invés de fazer a gente recuar, fez a gente acelerar. Lançamos novos projetos. Hoje temos 170 funcionários, mas o número deve chegar a 250 até o final do ano. O investimento que estamos fazendo em 2022 é na casa de R$ 25 milhões — finaliza Dal Pizzol.
Parte desse valor vem pelo Fundo Operação Empresa do Rio Grande do Sul (Fundopem-RS). Saiba mais: De calçado a vinho, sete novos investimentos são feitos em indústrias do RS
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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