Enquanto o varejo nacional emendou o terceiro mês de queda nas vendas em volume (leve recuo de 0,1%), o comércio do Rio Grande do Sul avançou 1,6% em outubro sobre setembro. Destoou, realmente, mas em cima de uma base mais afetada do que a média brasileira, já que as lojas gaúchas tinham registrado quedas mais intensas nos dois meses anteriores. Apesar do Dia dos Pais em agosto. Com o recuo, as vendas do varejo gaúcho ficaram em 103 pontos, o segundo patamar mais baixo desde março, quando houve a reabertura após o agravamento da pandemia.
- Para um horizonte um pouco mais longo, Brasil e Rio Grande do Sul têm tido dificuldades para gerar expansão após o pior momento da crise - analisa Oscar Frank, economista-chefe da CDL Porto Alegre.
No varejo ampliado, entram mais dois segmentos no cálculo. Veículos estão retomando vendas e materiais de construção estão acomodando, após uma disparada no consumo ao longo do último ano pelo estímulo ao setor imobiliário e pela mudança no comportamento do consumidor na pandemia.
Novamente, chama a atenção a queda nas vendas de combustíveis (-4,6%) e de supermercados (-6,2%) no acumulado de 12 meses. Dois segmentos que são os últimos a serem afetados, sentindo quando ocorre mesmo um empobrecimento da população. No entanto, a inflação tem sido apontada como o motivo, por elevar preços e comprometer a renda do consumidor.
- É aquela questão: hiper e supermercados e combustíveis lubrificantes sendo prejudicados pela inflação elevada. Escritório e informática e eletrodomésticos ainda reverberam essa desorganização das cadeias produtivas, o que também afeta veículos. No entanto, sabemos que há uma demanda reprimida por automóveis. Tecidos, vestuário e calçados se beneficiam dos ganhos de mobilidade - comenta Frank.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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