A coluna aproveitou a entrevista do programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, com o secretário-chefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Artur Lemos, para saber de alguns investimentos importantes que estão no radar. Um deles é o projeto de energia de R$ 6 bilhões para Rio Grande, que, se for concretizado, será o maior investimento privado da história do Estado. O interessado na construção é o Grupo Cobra, da Espanha. E também sobre a audiência com a direção da Âmbar, que comprou uma térmica em Uruguaiana, planeja ter uma usina solar e estuda a construção de um gasoduto.
Considerando que é um assunto que o senhor acompanha há anos - inclusive, como secretário de Meio Ambiente -, qual a expectativa para a audiência pública do projeto de energia para Rio Grande e para os passos seguintes na análise do licenciamento? (Marcada para esta quarta-feira, 22).
A expectativa é positiva a medida que os profissionais do Estado, a presidente da Fepam, o secretário de Meio Ambiente, têm mantido conversa e um diálogo aberto e franco com o Ministério Público Federal. A audiência pública justamente é para trazer luz e conhecimento público daquilo que está se debatendo e se discutindo. É importante mencionar que já se tem a licença prévia da térmica, aguardando a licença de instalação. A audiência pública discute o terminal. É importante um projeto dessa magnitude não somente pelos R$ 6 bilhões que são efetivamente um volume expressivo de investimentos, mas também pela segurança energética. É fazer com que o nosso país olhe, a partir do Rio Grande do Sul, uma condição de fazer um resguardo e ter segurança energética a partir deste combustível fóssil, mas que é aceito justamente pelas suas emissões mitigadas comparadas com outros. E não paramos por aí, a segurança energética vem com este projeto, e que temos expectativa, mas também vem associado do recente plano que estamos lançando do hidrogênio verde. Primeiro memorando foi assinado com a White Martins para que a gente também desenvolva, a partir do porto de Rio Grande, um centro de produção de um insumo renovável e que possa contribuir na cadeia junto com o gás natural.
Falando sobre o suprimento de energia, ontem teve uma reunião que o senhor participou com o governador Eduardo Leite, deputado Frederico Antunes, e a direção da Âmbar — a empresa que comprou e está operando a térmica de Uruguaiana —. Há expectativa de que eles construam um gasoduto no Rio Grande do Sul com a compradora da Sulgás, isso?
Com a Compass, justamente. É o que nós dizíamos, que a privatização da Sulgás vinha no sentido de atrairmos empresas com perfil ousado de fazer com que a gente tenha capilaridade na distribuição. Mas, claro, só podemos distribuir se nós tivermos um insumo. E, aqui, entra também o trabalho, desde o início da nossa gestão, discutindo com a Argentina, a vinda de gás a partir da costa argentina, a produção de gás de xisto vindo por esse gasoduto. Sabemos que o embaixador está empenhado nesse trabalho junto conosco no Rio Grande do Sul. A gente também vem discutindo com o Ministério de Minas e Energia. Lá do lado argentino, há necessidade de um investimento forte para tirar o gargalo que tem na altura de Buenos Aires para fazer com que esse gás chegue ao Rio Grande do Sul, e se ele chegar a partir do ponto da térmica de Uruguaiana, fará todo o sentido da conexão Fronteira Oeste e Região Metropolitana, fechando o anel, trazendo segurança energética, fazendo com que esse insumo possa se distribuir. Aliás, insumo este que tem o fornecimento exclusivo hoje da Petrobras, e ela vem pressionando os Estados com reajustes estratosféricos deste insumo que teve uma disparada em mercado internacional.
Ouça a entrevista completa para a Rádio Gaúcha:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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