Em novo recuo semanal, o preço da gasolina comum caiu para R$ 6,869 no Rio Grande do Sul. É o menor valor em dois meses e fica 23 centavos abaixo do pico de R$ 7,10, atingido em novembro. A pesquisa é feita pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O etanol hidratado também recuou, para R$ 6,89, mas segue mais caro do que a gasolina.
As primeiras reduções ocorreram pela queda no preço do etanol anidro, adicionado à mistura. Depois, houve corte de R$ 0,10 anunciado pela Petrobras para as refinarias, provocada pela queda do petróleo no Exterior. Claro que, apesar dos recuos de preço, ainda está longe de compensar a disparada do ano nas bombas de combustíveis. Na região metropolitana de Porto Alegre, o aumento em 12 meses gira em torno de 50%.
A tendência é de que novos recuos cheguem ao consumidor. Na virada do ano, cai para 25% a alíquota de ICMS que está majorada em 30%. Isso provocará redução estimada por distribuidoras de 5% na gasolina e no etanol. Novos recuos de preços já eram esperados por João Carlos Dal'Aqua, presidente do Sulpetro, sindicato que representa os postos de combustíveis. O petróleo está subindo com a redução no receio com o impacto do ômicron em grandes economias, mas a Petrobras manteve uma margem de defasagem com a aplicação de uma queda menor do que poderia no último ajuste.
O alerta, porém, vai para o diesel. O combustível usado principalmente em caminhões não teve redução pela Petrobras no último anúncio de ajustes. Fala-se no setor em aumento de R$ 0,20, com a mudança na política de comercialização do biodiesel pela ANP. Até então feita por leilão público, passará em janeiro a ser por contratação direta do produto pelas distribuidoras. Produtores dizem que isso retira a previsibilidade e pode provocar problemas de abastecimento. Recentemente, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu pela manutenção dos 10% de biodiesel no diesel para 2022, citando preços mais altos da matéria-prima do biocombustível como motivo.
Embora o diesel não tenha impacto grande direto nos consumidores, tem forte efeito em cascata na inflação. É o principal custo do transporte de cargas, principal modal logístico usado no Brasil.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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