Apesar de um leve avanço de 0,2% em setembro sobre agosto, a economia gaúcha fechou o terceiro trimestre com uma queda de 2,7% sobre o segundo trimestre de 2021. Os desempenhos nessas comparações foram piores do que as médias nacionais. O Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCRRS) é calculado todos os meses pelo Banco Central e considerado uma prévia do PIB, que é divulgado trimestralmente pelo IBGE.
Confira os desempenhos do RS nas diversas comparações:
Setembro sobre agosto de 2021: +0,2%
Setembro de 2021 sobre setembro de 2020: +0,1%
Terceiro trimestre sobre segundo trimestre de 2021: -2,7%
Terceiro trimestre de 2021 sobre terceiro trimestre de 2020: +2,1%
Acumulado de 2021 sobre o mesmo período de 2020: +8,8%
Acumulado de 12 meses: +6,8%
No trimestre, o Rio Grande do Sul ficou com o segundo pior desempenho do país, atrás apenas do Amazonas. Já no acumulado de 12 meses, o Estado fica com o melhor resultado da pesquisa do Banco Central. Para entender isso, é preciso considerar as bases de comparação. O primeiro semestre de 2021 foi muito beneficiado pela safra histórica. No caso do segundo trimestre, houve um consumo represado que ocorreu na reabertura econômica após o agravamento da pandemia. Enquanto isso, o acumulado de 12 meses inclui a melhora da safra e a retomada econômica, sendo comparado com um período impacto pela estiagem de 2020 no Rio Grande do Sul e pelo fechamento forte da economia no início da pandemia.
Além das bases de comparação, o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank, observa impactos políticos na economia do terceiro trimestre. Por outro lado, ele também lembra que os números nem chegam a captar as incertezas geradas pelo furo do teto de gastos federais.
- As estatísticas de setembro são condizentes com o recuo generalizado da confiança dos agentes no ápice das turbulências políticas. Mas é importante lembrar que os números não capturaram ainda o efeito da flexibilização da regra de teto de gastos proposta pelo governo, responsável pela piora significativa dos prognósticos com relação ao futuro.
A indústria está com dificuldade de engatar a retomada, pressionada pela falta de insumos e pelo alto custo de produção. Enquanto isso, o varejo e o setor de serviços sentem a alta do inflação, com impacto no custo dos negócios, nos preços de venda e no encolhimento da renda do consumidor.
- Os dados mostram que o terceiro trimestre foi fraco, sinalizando a dificuldade enfrentada em manter uma trajetória de crescimento após a devolução das perdas relacionadas à pandemia - conclui Frank.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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