Apenas um interessado apareceu no leilão da Sulgás, a Companhia de Gás do Rio Grande do Sul. Quem levou os 51% do governo do Estado foi a Compass, do Grupo Cosan, por R$ 927.799.896,55. Mas especulava-se que o controle da estatal gerasse disputa com o grupo Ultra, fundos de investimento e até empresas de energia elétrica.
O ativo é considerado bem interessante, com estrutura enxuta e uma capacidade de crescimento devido à demanda reprimida e ao mercado setorial com potencial forte de expansão. Mas foi vendido pelo valor mínimo e para um comprador que está intrinsecamente inserido no mercado de gás, com forte atuação, por exemplo, em São Paulo.
O cenário atual do país não estava favorável para negócios. Há uma crise política e fiscal, que gera incerteza sobre o futuro das contas públicas, do dólar, do juro e da inflação. Essa também foi a análise enviada à coluna por Wagner Salaverry, analista de mercado e sócio da Quantitas Asset:
- Tem bastante sorte o governo do Rio Grande do Sul em conseguir emplacar uma venda deste tamanho num cenário econômico tão afetado como o atual. Uma empresa desembolsar esta quantia agora é uma grande amostra de confiança no ativo adquirido e no longo prazo do país. Ainda mais em ano pré-eleitoral.
A Compass era uma candidata natural. Ela assinou neste ano contrato com a Petrobras para compra do controle da Gaspetro — holding que reúne participações em 18 distribuidoras no país, dentre as quais a Sulgás.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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