A inflação está alta, e a cesta básica está subindo mais do que ela. Em 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, acumula +9,88% em Porto Alegre. É o praticamente o triplo da meta do governo federal para a inflação deste ano no país. No mesmo período encerrado em agosto, a cesta básica do Dieese está com uma alta de 25,74% e já esteve pior. No final de 2020, chegou a acumular elevação de 35% nos preços. 

Os vilões da inflação no mês passado não surpreendem: taxa de água e esgoto residencial, conta de luz, condomínio, passagem aérea e refeições em bares e restaurantes. Na cesta básica, destaque para o aumento da batata (que vinha caindo bastante de preço, mas foi afetada pelo clima) e do café (que está em ano de safra reduzida).  

Mas entre os vilões, quem são os mocinhos que evitam um baque ainda maior no nosso bolso? Na inflação de Porto Alegre, por incrível que pareça, foi a gasolina. O recuo foi pequeníssimo, de -0,93%, mas ela pesa muito no cálculo. Em seguida, estão o arroz e a cebola, ambos realmente têm dado um alívio nos gastos. Na pesquisa da cesta básica, há queda de preço da banana, do pão, do arroz e - bem de leve - na carne. 

Aliás, o arroz e o óleo, que foram os vilões do segundo semestre de 2020, estão com queda de preço acumulada em 2021. Ainda não compensam a disparada de preços do ano passado, mas ajudam um pouco na hora das compras. No caso do arroz, chegou a ter retenção de parte da colheita pelos produtores para manter o preço elevado, mas as indústrias beneficiadoras reduziram a compra do grão porque a demanda final do consumidor foi menor, diz o Dieese. Observando prazos maiores de comparação, banana e batata seguem com quedas expressivas de preço.

Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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