Um dos mais atingidos pela pandemia, o setor de transporte de passageiros está em busca de saídas. Um exemplo vem da gaúcha Viação Ouro e Prata, que realiza viagens de ônibus intermunicipais em 10 Estados do Brasil, além da Argentina. No início da pandemia, a receita da empresa foi 90% menor do que do mesmo período de 2019. Aos poucos, ela foi se adaptando, principalmente com investimentos em digitalização de operações, segurança sanitária, treinamento de funcionários e planejamento de logística, mas ainda há um caminho pela frente.
— Está melhorando aos poucos. Hoje, estamos com 55% da receita que tínhamos no mesmo mês de 2019. Estamos vendo aumentar o movimento, principalmente em cidades turísticas — comenta a diretora da empresa, Luana Fleck.
Uma das apostas da companhia segue sendo no programa de afiliados, que começou a funcionar ainda no início da pandemia. Nele, usuários que se inscrevem no site da Ouro e Prata ganham comissão sempre que uma venda de viagem for realizada a partir de um link personalizado. Até agora, a empresa já pagou cerca de R$ 50 mil em comissão.
— Temos 1,6 mil pessoas usando o link e conseguem ter uma renda extra. Foi uma maneira que a Ouro e Prata achou, também, para aumentar as vendas — conta Luana.
A ideia do projeto veio em 2019, quando a executiva viajou para a feira de negócios NRF, em Nova York, e viu a tendência em programas de afiliados para o setor do varejo. Ela pesquisou e resolveu implementar, também, no setor de transportes. Segundo a empresária, a ideia é que o programa se fortaleça ainda mais e continue depois da pandemia.
Além dessa ação, a Ouro e Prata também investiu em educação corporativa EaD para seus funcionários, criou espaços online internos para troca de informações e aumentou as possibilidades de vendas online. Com a crise, reduziu horários de viagens, mas continua atendendo as mesmas cidades. Luana acredita que a retomada mais sustentável se dará com o aumento da vacinação:
— Muitas pesquisas que fizemos com clientes mostram que o retorno da vacinação ajuda na retomada. Mas estamos nos adaptando. As pessoas mudaram de hábitos, e somos obrigados a acompanhar.
Para finalizar, a coluna também perguntou sobre o aumento do valor dos combustíveis e falta de peças para os veículos, dois problemas enfrentados no setor. A empresária afirma que a Ouro e Prata tem sido impactada com as situações, mas que não consegue repassar o aumento de gastos no preço da passagem, uma vez que precisa acompanhar a concorrência e entender que os clientes também estão com receitas baixas. Uma das soluções foi melhorar os processos logísticos das viagens.
— Planejamos a viagem para ela ser a mais produtiva possível. E, durante a pandemia, foco total no cliente e em dar opções para ele comprar como quiser, seja no site, na rodoviária, no telefone, por WhatsApp, ou até pagamento por Pix — finaliza.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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