Uma decisão judicial suspendeu a falência da indústria gaúcha Martau que tinha sido decretada em primeira instância. O sócio-proprietário Milton Martins interpôs agravo de instrumento, contestando termos da assembleia de credores que aprovou a transformação da recuperação judicial da empresa em quebra. Um dos participantes chegou a solicitar mudança no voto.
O empresário argumentou que a companhia tem viabilidade para retomar o negócio e solicitou uma nova assembleia de credores para avaliar o plano de reestruturação. Relatora do processo, a desembargadora Denise Oliveira Cezar atendeu ao pedido de efeito suspensivo à determinação, afirmando que as alegações exigem uma análise mais aprofundada e considerando que a falência "é medida extrema e de consequências irreversíveis".
Fundada em 1961, a tradicional marca e indústria de ventiladores e eletroportáteis de Porto Alegre teve a falência decretada em julho, mas estava em recuperação judicial desde 2019. As dívidas somam R$ 18 milhões, sendo que R$ 3 milhões são com o sócio-proprietário que aportou dinheiro próprio na Martau. Segundo ele, o patrimônio também supera o endividamento.
- Os ativos chegam a R$ 12 milhões e tem mais R$ 10 milhões do valor de avaliação da marca. Mesmo com a decisão da falência, eu estava confiante de que conseguiria revertê-la e mantive todos os contratos. Também fechei um contrato para venda com a Amazon.
Ele garante que está com projetos encaminhados para a retomada, com possibilidade de abrir até 50 empregos. Entre eles, há uma parceria com uma indústria de Santa Catarina para produção dos tradicionais ventiladores de mesa da marca, começando com 100 mil unidades.
- A batalha não terminou. Não vamos medir esforços para salvar a marca 100% gaúcha - finaliza o empresário que embarga a voz ao falar do negócio.
A empresa tem unidades em Porto Alegre e Alvorada, que estavam fechadas. A unidade da Capital deve voltar a operar amanhã, após os funcionários serem chamados para retornar ao trabalho.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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