Fundada em 1961, a tradicional marca e indústria de ventiladores e eletroportáteis Martau, de Porto Alegre, teve falência decretada pela Justiça. A definição ocorreu após o plano de recuperação judicial ter sido reprovado pelos credores da empresa. O processo teve início em 2019.
Segundo os advogados Fabio Cainelli de Almeida e Júlio Almeida, administradores judiciais do processo, a empresa somava dívidas de R$ 17 milhões. O plano de reestruturação contava com a retomada de vendas, o que não ocorreu.
- Durante o período de recuperação judicial, a empresa não conseguiu apresentar uma grande elevação de faturamento. Até os últimos meses em que tivemos acesso à contabilidade, até março, havia prejuízo. Não conseguiram ter a reação do mercado - conta Almeida.
A empresa tem 93 credores. O maior passivo está concentrado em instituições financeiras, mas também há débitos trabalhistas e empréstimos. Na última avaliação enviada pela Martau, os bens da empresa somavam cerca de R$ 9 milhões, considerando a estrutura onde ocorria a produção em Porto Alegre, um pavilhão desocupado em Alvorada, o estoque e a própria marca.
- Os imóveis já estão sendo lacrados e os bens, arrecadados. O leilão dos imóveis tanto de Alvorada quanto de Porto Alegre, estoques e marcas, vai acontecer, no máximo, em 180 dias - explica o administrador.
Advogado de um dos principais credores, Thiago Diamante aponta a ausência de viabilidade econômica na reestruturação da Martau como um dos principais motivos para o plano de recuperação judicial não ter sido aprovado.
- A recuperação judicial exigiria um sacrifício maior dos credores do que a liquidação dos ativos na falência - explica.
Na reta final de operação, contam os administradores judiciais, a empresa tinha seis empregados. A coluna ligou para o número disponível no site da Martau em busca de um posicionamento, mas a ligação não se completa.
A história da empresa
A Martau surgiu em 1961 comercializando ventiladores de mesa, pedestal e secadores de cabelo. No final da década de 1970, passou a contar, também, com ventiladores de teto. Já nos anos 80 e 90, passou a vender, também, fornos elétricos, coifas, secadoras de roupa, e aquecedores de ambiente. Em 2003, foi vendida para o Armazém do Lar, que operava como loja varejista de utensílios e eletrodomésticos.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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