Os reajustes salariais de trabalhadores completam um ano sem aumento real, ou seja, acima da inflação. O dado apareceu no boletim Salariômetro de junho, feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). No mês, o aumento mediano ficou 0,6 ponto percentual abaixo do INPC, índice de preços do IBGE normalmente usado nas negociações.
O aumento dos salários foi de 8,3% em junho. É bem maior do que o registrado no ano passado, mas a inflação está em 8,9% no acumulado de 12 meses. Ou seja, o que o trabalhador recebe de alta não repõe a elevação de preços, fazendo com que a renda perca o poder de compra.
Há dois motivos principais para a situação. Um deles é a alta da inflação, que pode até desacelerar nos próximos meses, especialmente com a queda de preços em alguns alimentos. O outro ponto é a crise provocada pela pandemia, que elevou o desemprego, tirou o poder de negociação dos trabalhador e também deixou o caixa das empresas mais apertado.
Nove anos
Um relatório divulgado pelo Banco Mundial nesta semana aponta que a pandemia deve provocar efeito negativo sobre empregos e salários no Brasil por nove anos. A "cicatriz" será mais intensa entre trabalhadores sem Ensino Superior. Ainda conforme o estudo, os países da América Latina terão uma redução "longa e expressiva" dos índices de emprego formal.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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