Enquanto o varejo cresceu 1,8% na média nacional em abril sobre março, o comércio do Rio Grande do Sul trouxe um salto de 14,9% no volume de vendas. Quando considerado o varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, a alta é de 15,3%. É, claro, um desempenho fora da curva, mas que precisa ser analisado no detalhe e com cautela.
Vamos lembrar que o comércio chamado de não essencial voltou a abrir no dia 22 de março, quando foi retomada a cogestão no antigo sistema de distanciamento controlado. Ou seja, boa parte do período usado na base do cálculo estava com lojas fechadas. Outro ponto observado pelo economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank foi a volta do pagamento do auxílio emergencial em abril, quando o programa do governo federal foi retomado. Boa parte do dinheiro vai para gastos em supermercados, que entram na pesquisa de comércio do IBGE.
- Precisamos ver com muita cautela. Provavelmente, é uma combinação entre reabertura com os efeitos da safra positiva de grãos. Vale sempre lembrar que a pesquisa não captura a dinâmica dos pequenos estabelecimentos, ou seja, aqueles com até 19 funcionários. Sabemos que houve uma concentração de mercado ao longo da crise, ou seja, parte da demanda migrou para as redes de maior porte.
Outras comparações:
Maio de 2021 sobre maio de 2020: +24,9% (uma base baixíssima de comparação, com o impacto inicial da pandemia)
Acumulado de 12 meses: -0,6%
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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