Ao saber do terceiro adiamento da General Motors (GM) para retomar a produção de veículos em Gravataí, o prefeito Luiz Zaffalon manifestou preocupação à coluna. Ele lembra que o complexo, que reúne a montadora e as sistemistas, responde por 40% do ICMS do município. A fábrica está parada desde março por falta de peças, emendando férias coletivas com suspensão do contrato de trabalho dos funcionários. A nova previsão é retomar o primeiro turno em 16 de agosto.
- É preocupante isto. Mais de 40% da nossa arrecadação vem do complexo GM. Cada mês parado significa um baque imediato na economia local e um rebaixamento da expectativa de retorno de ICMS em 2023. Para termos uma ideia, o período de janeiro a maio deste ano está com um VAF (valor adicionado fiscal) 53% inferior a igual período do ano passado, que já foi deprimido em função da pandemia.
O valor de ICMS que o município perderá vai depender do desempenho do restante dos municípios com indústrias. Mas o cenário, segundo o prefeito, aponta para uma queda de 20% no valor projetado, o que representaria R$ 40 milhões a menos em 2023.
- Gravataí tem uma dependência saudável da GM, pela grandeza que ela representa. Esperamos que a questão dos semicondutores seja superada e a retomada ocorra tão logo possível com produção a pleno para tentarmos salvar o segundo semestre. Temos feito todos os esforços para a vacinação dos industriários ocorrer celeremente para garantirmos a volta com segurança e continuidade, pois nossa economia é profundamente ligada à atividade industrial.
A pandemia segue afetando a cadeia de suprimentos. A falta de peças tem sido o motivo apontado para a paralisação na fábrica desde março. Em especial, de semicondutores. O problema não é exclusivo da unidade gaúcha nem da operação brasileira, lembra o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, que tem defendido uma discussão sobre os modelos de produção. Na semana passada, a General Motors (GM) divulgou as medidas que adotará para aumentar as entregas a concessionárias e clientes nos Estados Unidos e Canadá diante da crescente demanda. A expectativa, diz a GM, é que o cronograma mais acelerado de produção e o volume incremental surtam efeito em 2022.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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