O que está acontecendo com as commodities "lá fora" está impactando na sua galinhada de domingo, com a alta no preço do alimento do frango. O óleo de soja continua custando mais de R$ 7, devido à soja, à embalagem e outros custos diretos e indiretos. Também tem efeito na falta de peças para consertar a sua bicicleta. A coluna recebeu nesta semana um pedido de atualização de cenário de um leitor que precisa de aço para cumprir os contratos de prestação de serviços para a expansão de uma multinacional no Rio Grande do Sul.
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Por outro lado, estimula as exportações brasileiras, mantendo um superávit de balança comercial. Mas qual é a tendência? O Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta para uma continuidade de alta de preços em 2021. Isso será provocado pelo avanço da vacinação em países desenvolvidos e pelo crescimento asiático, puxado por China. Avanços econômicos provocam aumento de consumo em um contexto de oferta ainda reduzida. Cita ainda a especulação nos mercados de derivativos, segundo destaca o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
"As economias avançadas registrarão uma expansão de 5,1% em 2021, de acordo com o FMI, sob a liderança dos Estados Unidos (+6,4%) graças ao robusto pacote fiscal do presidente Biden. Espera-se que a economia americana retorne para o patamar de atividade econômica do final de 2019 no primeiro semestre de 2021.", nota o Iedi.
Para quem se apertou com os aumentos, a boa notícia fica para 2022, projeta o FMI. Segundo a organização, haverá queda nos preços no ano que vem. Ou seja, não estaríamos vivendo agora um "superciclo" de commodities.
Petróleo:
2021: +30%
2022: -6,3%
Commodities agrícolas e metálicas:
2021: +16%
2022: -1,9%.
Importante lembrar que o segundo grupo já teve alta forte em 2020. Além disso, nem todos os itens voltarão ao patamar anterior à pandemia. Diversos deles cairão, mas se manterão com níveis altos de preços.
Presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), José Roberto Tadros, destaca que a desorganização dos preços formados nos mercados produtores, com falta de insumos, importados mais caros, dólar alto, elevação das commodities e aumento dos custos das empresas, é percebida com maior proporção nos indicadores do atacado do que nos preços ao consumidor.
- Se as empresas do varejo não conseguem suportar o aumento de preços da esfera da produção e do atacado, acabam sacrificando a margem de lucro e, quando é possível, fazem repasses que elevam os preços finais, impactando as decisões de compra dos consumidores.
Isso tem aparecido nos indicadores de inflação: Salário tem reajuste de 4,31%, mas financiamento sobe 25%. O que fazer?
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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