Algumas coisas estão acontecendo no Exterior que ameaçam com força o seu bolso, apesar de impactarem primeiro em uma valorização de empresas na bolsa de valores. É um "boom" de commodities. Uma delas é a disparada do minério de ferro e do cobre, que batem recordes neste início de semana. A demanda da China está em alta, pressionada mais ainda pela suspensão dos diálogos econômicos da potência mundial com a Austrália. Além disso, os preços do cobre operam em alta em meio a alta de impostos nos países produtores, como no Chile.
Isso chega com força nos custos dos materiais de construção e nos insumos de vários setores industriais, mas também tem impacto no IGP-M, índice de inflação do atacado que superou 30% em 2020 e o mercado está projetando em quase 15% para 2021. Esse indicador é usado em reajustes que vão do aluguel até a conta de luz.
Lembremos também das commodities agrícolas. Novamente, a demanda chinesa interfere nesses preços. O dólar em alta também estimula a exportação. O impacto no preço dos alimentos é direto e indireto, já que muitas também são usadas para alimentar os animais. Os alimentos até desaceleram a alta recentemente, mas os preços seguem subindo e bem acima da inflação.
Para fechar, tem o preço do petróleo. O "ouro" negro abre a semana em alta com a interrupção na operação em um importante oleoduto dos Estados Unidos, que sofreu um ataque cibernético. Em geral, a Petrobras não mexe preços nas refinarias brasileiras em questões pontuais. No entanto, o preço da gasolina na bomba está sofrendo com a escassez de etanol anidro, que entra na mistura do combustível. A safra de cana de açúcar atrasou no Sudeste.
Esse cenário pressiona a inflação, um grande desafio da economia brasileira para 2021. A pressão de preços ocorre enquanto a economia ainda sofre. No caso da retomada, os preços achatados pela crise tendem a subir também. Isso sinaliza que Banco Central deve continuar o ciclo de aperto monetário com alta de juro. Além disso, alerta para o fato de que as famílias mais pobres são as que mais sofrem com a inflação. Em especial, da comida.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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