A economia do Rio Grande do Sul teve um avanço de 3,96% em fevereiro na comparação com janeiro, segundo o Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCRRS). Além de acelerar a alta e ficar acima da média nacional de +1,7%, a economia gaúcha bateu o recorde histórico da pesquisa, atingindo 154,21 pontos. O patamar anterior mais elevado tinha sido registrado em novembro de 2013.
O indicador é calculado pelo Banco Central mensalmente e considera o desempenho dos principais setores da economia. Tanto que é chamado de prévia do PIB, que é trimestral. Na comparação com fevereiro de 2020, o crescimento foi de 11,27%.
O grande destaque vem da agricultura. A ótima safra começa a aparecer com força no indicador. Em 2020, a economia gaúcha já tinha começado o ano enfrentando a estiagem, situação que foi agravada pela pandemia. Tanto que o Rio Grande do Sul teve o pior desempenho do país no indicador.
- O IBCRRS veio forte. A safra está gerando resultados, principalmente nesse contexto de alta de produção e rentabilidade da soja. Nunca houve um descolamento tão significativo entre os preços recebidos pelos produtores rurais e os custos de produção. A cotação internacional está em alta, em função dos estoques deprimidos e da demanda da China para recompor o rebanho de porcos afetado pela peste suína africana. A taxa de câmbio depreciada ajudou na receita, já que a despesa não foi tão afetada, pois insumos, como defensivos, químicos e fertilizantes, foram adquiridos em uma época em que o câmbio não havia subido tanto - comenta o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank.
Os bons resultados já diminuem a queda acumulada em 12 meses para -2,9%. Na divulgação anterior, estava em -4,3%. É um recuo significativo.
- Em uma base de comparação que ameniza variações bruscas e serve para capturar a tendência, significa bastante coisa - complementa Frank.
As vendas do varejo gaúcho também aumentaram em fevereiro. No caso do chamado varejo ampliado, o resultado é puxado pelas lojas de materiais de construção. O setor de serviços também avançou, puxado especialmente pelo segmento de logística, que inclui transporte e armazenamento. Já a indústria reduziu a produção após nove altas consecutivas, enquanto enfrenta falta de insumos e alta de preços da matéria-prima.
Varejo: o comércio gaúcho vendeu 0,5% mais em fevereiro sobre janeiro.
Indústria: já as indústrias do Rio Grande do Sul reduziram a produção em 1,1%, após nove meses de alta.
Serviços: avançou 1,9%, após dois meses de queda.
É importante ponderar que os próximos indicadores podem trazer impacto das restrições a atividades econômicas adotadas no final de fevereiro e que avançaram ao longo do mês de março. A recuperação da indústria também é relevante para sustentar indicadores, mesmo que o efeito da safra continue. Por outro lado, a recuperação de economias importantes, principalmente dos Estados Unidos, movimentará também o comércio exterior, o que impacta positivamente no Brasil e, claro, aqui no Rio Grande do Sul.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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