Tradicional e centenária instituição de ensino básico e superior, a Educação Metodista prepara-se para entrar em recuperação judicial. Ela entrou com uma medida cautelar antecedente na Justiça do Rio Grande do Sul, com o objetivo de antecipar os efeitos de proteção dos ativos oferecidos no mecanismo criado para dar um fôlego para que empresas façam sua reestruturação financeira. Enquanto isso, ela prepara o pedido tradicional para a autorização judicial. A dívida está estimada em R$ 500 milhões.
Apesar da sede ser em São Paulo, a presença no Rio Grande do Sul é forte. Atualmente, ela tem seis operações aqui no Estado, que ficam em Santa Maria, Porto Alegre, Passo Fundo e Uruguaiana:
- Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista (IPA) - Ensino Superior
- Faculdade Metodista Centenário / Santa Maria
- Colégio Metodista Americano / Porto Alegre
- Instituto Educacional Metodista de Passo Fundo (IE)
- Instituto Metodista Centenário (IMC) / Santa Maria
- Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC) / Uruguaiana
"Desde 2015, a Educação Metodista vem enfrentando uma redução significativa do número de alunos, o que provocou um forte impacto na receita e o consequente desequilíbrio financeiro. A crise das instituições metodistas de educação teve início com a mudança nas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e se acentuou com o cenário econômico de recessão dos últimos anos. A pandemia de Covid-19 agravou a situação da Educação Metodista.", diz trecho da nota que explica a origem da crise financeira da instituição. Aqui em Porto Alegre, o IPA anunciou em fevereiro a suspensão dos cursos de graduação.
Em nota, a Educação Metodista informa que pretende reestruturar as suas instituições de ensino para garantir a sustentabilidade e preservar a qualidade pedagógica. A ideia é manter atividades acadêmicas. Ao longo da manhã, a coluna entrevistará representantes do grupo e trará detalhes do planejamento aqui em GZH. O processo é conduzido pelo escritório Galdino & Coelho Advogados.
Com a autorização judicial, o grupo terá um prazo para apresentar o plano de recuperação judicial, que, depois, precisa ser aprovado pelos credores para, então, ser executado. Esse é o trâmite tradicional de um processo do tipo, que tem como objetivo manter a existência da empresa com seus reflexos positivos na economia, como a manutenção de empregos e cumprimento dos compromissos com credores. A crise que atingiu o setor do ensino tem levado outras instituições a recorrer à recuperação judicial. Ainda em 2019, a coluna noticiou o caso da Ulbra, que tinha um endividamento de R$ 8,2 bilhões: Ulbra pede recuperação judicial com dívida bilionária
A Educação Metodista conta com 11 colégios e 6 instituições de ensino superior, que oferecem 80 cursos presenciais e 25 cursos na modalidade de ensino a distância (EAD) no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. A instituição emprega cerca de 3 mil funcionários, incluindo 1,2 mil professores, e atende 19 mil alunos.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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