No mercado financeiro, começa a crescer a ideia que é quase uma esperança: a de que a vacinação deve avançar porque o presidente Jair Bolsonaro identificou - ou está sendo convencido pela sua equipe - de que ela é importante para a sua reeleição em 2022. Só a imunização mais acelerada pode conter o surgimento dessas variantes mais agressivas, conter a contaminação e, por consequência, fazer a economia, ao menos, se reaproximar dos trilhos.
Por meses, Bolsonaro e integrantes do governo federal não priorizaram a vacinação. Apostaram publicamente em tratamentos precoces, chegaram a defender imunização de rebanho e o presidente até brincou que a vacina poderia transformar as pessoas em jacarés. O resultado foi que o Brasil começou tarde a vacinar.
O sistema de saúde colapsado começou a ter mais impacto na população, que cada vez mais vê a covid-19 chegar a seus amigos e familiares. O Exterior vê a pandemia no Brasil como uma ameaça.
Além disso, há a questão econômica, que pesa muito mais do que se imagina. O centro financeiro, industrial e de consumo do país, São Paulo, está praticamente fechado. Os indicadores econômicos de fevereiro em diante vão sangrar. As ações das empresas já mostram isso, tirando o otimismo da bolsa de valores. Apesar das sucessivas intervenções do Banco Central, o real cai em relação ao dólar, o que eleva preços por toda a economia. A inflação é uma ameaça a governantes. Afinal, o bolso, como dizem, é o órgão mais sensível do ser humano. Como cereja do bolo, teve a decisão que deixou o ex-presidente Lula elegível.
À tarde passada, a coletiva do ministro da saúde que está de saída, Eduardo Pazuello, focou no cronograma de vacinação, detalhando as negociações para compra do imunizante e da matéria-prima. Ele, um general, será substituído por um médico. Será que a ficha caiu?
Não que a disputa pela reeleição seja o motivo correto para acelerar a vacinação do Brasil. Mas se for mesmo essa a provocação, enfim, que seja.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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