As primeiras reações à indicação do cardiologista Marcelo Queiroga, depois da negativa de Ludhmila Hajjar, foram positivas entre colegas de profissão. Depois do fracasso da gestão de Eduardo Pazuello, a substituição por um médico que acredita nas receitas da ciência para enfrentar a pandemia é uma lufada de ar fresco. A preocupação dos médicos é a mesma de governadores e prefeitos: que o presidente Jair Bolsonaro boicote o novo ministro, como fez com Luiz Henrique Mandetta, nos primeiros meses da pandemia.
No histórico de manifestações de Queiroga há referências positivas ao Sistema Único de Saúde e apoio ao distanciamento social como estratégia para conter o vírus. É um começo promissor, ainda que ainda não sejam conhecidos seus planos para enfrentar a maior catástrofe humanitária da história, nem como lidará com a resistência do presidente Bolsonaro a medidas que se mostraram acertadas em outros países.
O rastreamento de suas manifestações sugere que não pensa muito diferente de Ludhmila nas questões essenciais, mas aparenta ser mais político. Pela entrevista que deu à jornalista Andréia Sadi, na GloboNews, a médica que recusou o cargo não tinha como se encaixar no governo Bolsonaro, seja pelas convicções, seja pelo excesso de sinceridade.
Para não ser apenas mais um ministro tragado pela crise, Queiroga terá de melhorar a articulação com Estados e municípios, tratando governadores e prefeitos como parceiros e não como inimigos, dar prioridade à vacina e melhorar a comunicação com os brasileiros, para convencer quem ainda duvida que usas máscara, higienizar as mãos e evitar aglomerações é importante para reduzir a circulação do vírus.
Aliás
Jair Bolsonaro escolheu seu quarto ministro da Saúde e o deputado gaúcho Osmar Terra foi preterido mais uma vez.
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