Apesar de venderem itens considerados essenciais, estabelecimentos como papelarias e lojas de chocolate não podem abrir para clientes. Um decreto foi publicado à noite passada pelo governo do Estado para esclarecer regras da bandeira preta, e acabou por tirar a esperança que alguns empresários tinham de funcionar. O delivery segue autorizado, mas os lojistas argumentam que ele não substitui o faturamento da venda presencial.
No caso das papelarias, a preocupação é com o estoque que ficou da volta às aulas, que já não teve uma boa venda porque continuou o ensino remoto. A expectativa era de que as famílias comprassem aos poucos o que fosse necessário para os estudantes. Dono de cinco lojas da rede Clip e diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Estância Velha e Ivoti, Henrique Dienstmann também acha injusto que supermercados possam seguir vendendo os itens de papelaria. Em conversa com a coluna, aproveitou para reforçar a proposta que a entidade fez ao governo do Estado, de determinar restrições ainda mais severas aos finais de semana, mas autorizar o comércio a operar de segunda a sexta-feira.
Enquanto isso, falta menos de um mês para a Páscoa. Há ainda a expectativa de uma flexibilização até lá, mesmo que apenas para o varejo de doces, como ocorreu em 2020.
- É uma situação difícil. Ficamos preocupados com a saúde, mas também com os empregos que geramos. A Páscoa responde por 45% do nosso faturamento do ano. As encomendas estão aí, investimos mais apostando na retomada, não temos crédito e nem medidas trabalhistas para dar o fôlego como tivemos em 2020 - relatou à coluna Eduardo Meneghetti, que tem três lojas de chocolates no Centro Histórico de Porto Alegre.
Chocolateiros da Serra, claro, também estão bem preocupados. Muito da venda está atrelado ao turismo, inclusive. Até ontem, um parecer da prefeitura de Gramado autorizava a abertura, mas o decreto estadual determinou o fechamento. Em conversa com a coluna, o diretor de marketing da Florybal, Tiago Cardoso, diz que a tradicional rede de lojas de chocolate da Serra aguarda as novas definições, com expectativa de melhora do cenário até a Páscoa. Mas, enquanto, isso já começa a investir com força na venda online, até para estimular essa mudança de comportamento do consumidor.
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Aliás, a Florybal inaugurou recentemente uma loja com o tema de dinossauros, que será reaberta assim que os decretos permitirem. Veja mais fotos: Marca de chocolate cria loja temática de dinossauros em Gramado
Atacado de doces da zona sul de Porto Alegre, a Sul Doces pede, ao menos, que seja autorizada a venda "na grade". Seria semelhante ao pegue e leve do varejo. Um movimento específico do setor de atacados de alimentos levará esse pedido ao governador. O argumento é de que são empresas pequenas, sem estrutura para o delivery.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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