No meio de tanta tensão, o comércio se anima com os anúncios que chegam de auxílio a famílias e empresas. Nesta sexta-feira (26), o governador Eduardo Leite apresentou os valores que o Estado pagará a pequenos empresários de hotéis e restaurantes, além de trabalhadores desempregados do setor e também mulheres chefes de família. Também, com a aprovação do Orçamento ontem, deve começar na primeira semana de abril o pagamento do novo auxílio emergencial federal e sair a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS.
Por que o comércio chama de "dinheiro novo"? Porque não é incentivo fiscal, são recursos que entram no caixa das empresas e das famílias e já começam a circular. Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Írio Piva lembra que as medidas assistencialistas, neste momento, são acertadas e necessárias.
- As pessoas estão precisando muito. E medidas assim, com pagamento de auxílio, injetam uma liquidez grande na economia porque são pulverizadas, diferente de destinar os recursos a empresas de determinados setores. E mesmo que as pessoas gastem em itens de primeira necessidade da lojinha do seu bairro, o dinheiro segue circulando depois, com pagamento de fornecedores, de salários, etc. - comenta Piva, relembrando que essa injeção de recursos gera "ondas" na economia toda.
Inclusive, ondas de ânimo para segurar as pontas até a vacinação avançar nos próximos meses. Os valores, individualmente, são baixos, sim. Mas chegam em boa hora para os mais atingidos pela crise e têm esse efeito em cascata enfatizado pelo empresário.
A partir dos dados do governo do Estado, o economista-chefe da CDL, Oscar Frank, calculou quase R$ 100 milhões de "dinheiro novo" nas medidas. Mais de R$ 79 milhões irão para empresas do Simples Gaúcho e Microempreendedores Individuais (MEI), que gastam no seu negócio, mas também com contas particulares. Os desempregados e as mulheres receberão outros quase R$ 21 milhões.
Presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV), Sérgio Galbinski acredita que as empresas beneficiadas usarão o dinheiro para saldar dívidas atrasadas e outros compromissos:
- Que são muitos! - enfatiza ele.
Quanto às famílias, o presidente da AGV aposta que destinarão o dinheiro para pagar contas também, além de comprar alimentos.
- Talvez, o restante seja usado em algo para casa ou de consumo pessoal. Para as lojas, é a oportunidade de repor produtos básicos para o lar. Um comportamento interessante é o uso destes auxílios para compra de produtos para revenda, o que gera renda para a família - analisa Galbinski.
Critérios de atendimento e valores
1) Empresas registradas e ativas no Simples Gaúcho com atividade principal registrada de alojamento ou alimentação (19 mil empresas) - 2 parcelas de R$ 1 mil
2) Microempreendedores individuais (MEI) registrados e ativos com atividade principal registrada de alojamento ou alimentação (51,9 mil) - 2 parcelas de R$ 400
3) Trabalhadores dos setores de alojamento e alimentação que tenham perdido emprego e não estão atualmente empregados (17,5 mil pessoas) - 2 parcelas de R$ 400
4) Mulheres chefes de família com três filhos ou mais, com famílias de pelo menos cinco membros, em situação de extrema pobreza não atendidas pelo Bolsa Família nem pelo Auxílio Emergencial federal (8,1 mil famílias) - 2 parcelas de R$ 400
ICMS
No último dia 8, a coluna noticiou em primeira mão a decisão do governo do Estado de adiar o vencimento de ICMS para empresas mais afetadas pelas restrições da bandeira preta. Era um dos pleitos de entidades empresariais. Relembre: Empresas afetadas por restrições terão mais prazo para pagar ICMS no RS
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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