Após cerca de 20 anos de tramitação do projeto, foram emitidas as licenças de instalação (LIs) que faltavam para o complexo Belvedere, em Porto Alegre. Com isso, está autorizado o início das obras de duas torres comerciais ou residenciais de 32 mil metros quadrados, com Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 280 milhões, e de um shopping center, com 146,5 mil metros quadrados e investimentos de R$ 360 milhões.
Além dessas licenças, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams) já havia liberado, em julho, a LI para o hipermercado, conforme a coluna noticiou na ocasião. O empreendimento terá 33,4 mil metros quadrados, com investimento de R$ 64,6 milhões. Há a negociação para o Grupo Zaffari assumir o hipermercado.
Bastante esperado pelos empreendedores e gerando expectativa nos moradores da região há anos, o complexo Belvedere fica na Avenida Tarso Dutra, 500, no bairro Petrópolis. O projeto foi, inicialmente, apresentado em 1992. Depois, houve ainda uma reformulação da proposta pela Condor. O investimento total previsto é de R$ 850 milhões, mas pode aumentar com a elevação dos custos de insumos. O prefeito Nelson Marchezan Júnior destaca a movimentação econômica que será gerada:
- Um empreendimento deste porte tem o potencial de movimentar diversas cadeias da economia local, algo especialmente importante para o momento em que vivemos, em que os reflexos da pandemia pesam fortemente - acrescenta o prefeito de Porto Alegre.
Esse impacto na economia local pode ser dimensionado pela quantidade de empregos. Somando os postos de trabalho diretos e indiretos, nas obras e depois na operação dos empreendimentos, são 9.380 empregos estimados:
Shopping center: 1.250 empregos diretos e 1.850 indiretos na obra, além de 3.500 empregos diretos e indiretos na operação.
Torres comerciais: 850 empregos diretos e 1.230 indiretos
Hipermercado: 700 empregos diretos
Foram exigidas dos empreendedores do Belvedere diversas medidas de contrapartida. Elas preveem melhorias da infraestrutura da região. As obras viárias, por exemplo, também tiveram a licença emitida nesta segunda-feira (28), incluindo prolongamentos e alargamento de vias. Há ainda a instalação de onze reservatórios de águas, ciclovia, travessias para pedestres, melhora de paradas de transporte coletivo, praça e até a construção de um belvedere de acesso público.
Cada uma das licenças ainda prevê um conjunto extenso de condições, restrições e medidas de controle e preservação ambiental, explica o secretário do Meio Ambiente e da Sustentabilidade, Germano Bremm:
- As intervenções na vegetação serão compensadas por meio da destinação de área equivalente a onze hectares de terreno para anexação ao Refúgio de Vida Silvestre São Pedro, localizado no Extremo Sul do município, além de transplantes e plantios no próprio local do empreendimento. Ocorrerá também a destinação de recursos para apoio, implantação e manutenção das unidades de conservação em Porto Alegre, em valor equivalente a 0,5% dos custos totais previstos para a instalação do complexo.
O montante é estimado em R$ 1,55 milhão. O secretário Germano Bremm disse, em entrevista à coluna ainda em julho, que havia montado uma força-tarefa para trabalhar na aprovação dos documentos necessários para o Belvedere sair do papel:
- Foi um processo longo que agora tem um desfecho. Isso só foi possível pela dedicação da gestão e das equipes, que sempre estiveram preocupadas em permitir essa entrega para a cidade, mas tomando todos os cuidados para que as definições do projeto estivessem alinhadas com as características ambientais e urbanísticas.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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