Inspirada na campanha de fim de ano do Grupo RBS, que em 2020 traz a mensagem "aprender com a vida faz o mundo melhor", trago uma reflexão sobre o que aprendi nos últimos meses para contribuir para uma vida, um dia ou um mundo melhor.
Quando tudo começou lá em março - e já parece que faz um século -, o home office era só glamour. Tirava fotos diárias das novidades e fazia brincadeiras sobre os percalços de trabalhar de casa, entrando no ar com o marido sentados à mesa do jantar e as crianças em volta com seus carinhos e demandas. Aliás, meu caçula está aqui reclamando que o macacão não serve mais.
Nove meses depois, sigo amando essa proximidade da família, mas a saudade da nossa redação bateu com força. Aposto que falo mais com meu colega da coluna, Daniel Giussani, do que com meu marido ao longo do dia. Mas a conversa é virtual, pelo telefone ou WhastApp. E, definitivamente, não é a mesma coisa. O Dani me esperava voltar da TV para almoçarmos, ficávamos ouvindo o outro falar no telefone com as fontes para montarmos juntos as colunas e ríamos de coisas aleatórias. Isso só é possível sentando lado a lado.
Sem falar das brincadeiras espontâneas com os colegas, eventuais discussões também, mas sempre olho no olho. Saudade de levantar os olhos do computador, ver grupos de jornalistas reunidos e pensar qual pauta estão "espancando". É um coração que vibra e que estimula. Fora que subir e descer as escadas entre estúdios e redação é um bom exercício diário. Já não conseguia muito ir a coletivas de imprensa e feiras de negócios pela demanda de entradas no ar. Mas que vontade que estou de visitar uma empresa sobre a qual vou escrever e de tomar aquele café "escondido" com uma boa fonte para pegar uma pauta quente.
Nas relações com família e amigos, então, nem se fala. Já fujo das chamadas de vídeo porque dão mais saudade ainda. Sentar com meu irmão olhando para o nada não tem substituição. Mesmo que não conversemos, sentimos a presença física, a proximidade. A vontade do abraço não é substituída por um emoji do celular. Quando a pandemia passar, quero encher o pátio de casa de crianças. Ver meus filhos brincando de pegar, dividindo brinquedos e desfrutando do afeto que vem do toque e do olho no olho sem uma tela no meio.
O online é ótimo, sim. Foi útil e será ainda mais. Mas não substituirá o presencial, como um dia quase cheguei a achar. Além de me mostrar isso, 2020 me ensinou a valorizar ainda mais a proximidade das pessoas, algo que encarava como trivial porque jamais imaginava que um vírus iria me arrancar isso. Pretendo fazer até mesmo o que já não fazia mais, como frequentar mais lojas porque era uma consumidora online mesmo antes da pandemia. E fico feliz ao ver que não tem tela alguma que seja mais atrativa para meus pequenos do que ficar batendo papo pela cerca com as crianças da vizinhança. Aliás, eles conseguem até brincar de "Siga o chefe" a distância. O ano também turbinou nossa capacidade de adaptação, não é mesmo?
Para nós, um 2021... melhor!
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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