Ao publicar mais cedo sobre o alerta feito pela prefeitura de Porto Alegre ao comércio de que restrições podem ser retomadas, o sentimento da coluna era de preocupação e indignação. A economia vai sangrar mais porque não sabemos priorizar a exposição ao vírus. E não é de agora. Lá no início da pandemia, as empresas corriam para colocar funcionários em home office, enquanto os parques estavam repletos de rodas de chimarrão. Agora, a - falsa - sensação de normalidade fez as pessoas se descuidarem.
O que quero dizer com priorizar a exposição? É sair de casa para trabalhar, comprar, ir à aula, praticar um exercício físico. Assim como também, para quem é possível, seguir com o teletrabalho, comprar online mesmo do comércio local, manter crianças em aula remota para aquelas que precisam ir pelo trabalho dos pais ou questões emocionais e, até mesmo, se exercitar na sala. Quem pode ficar em casa, protege mais quem precisa sair, lembre-se do mantra dessa pandemia.
Essa sensação de normalização faz pessoas ignorarem que ainda estamos em uma pandemia e que a covid-19 não tem cura por enquanto. Autoridades de saúde estão falando em diversas entrevistas na Rádio Gaúcha que o contágio está avançando mais em ambientes não controlados. Entram aí as festas de amigos e familiares, quando as pessoas se abraçam, dispensam cuidados e não há fiscalização. Não estamos falando das chamadas bolhas de convivência, que incluem, por exemplo, duas famílias que acordam entre si encontros restritos, com cuidados e para minimizar a falta afetiva da pandemia. Tratamos aqui mesmo é da churrascada do final de semana reunindo vários amigos para "tirar o atraso". Os riscos são assumidos pelas pessoas, mas eles não são individuais, não ficam restritos ao grupo. As decisões acabam por afetar a sociedade.
Sobra para quem? Independente se isso já deveria ter ocorrido antes da eleição, as medidas de contenção acabarão recaindo onde se consegue restringir com mais efetividade: nas atividades econômicas formais. O impacto depois vem na taxa de desemprego, fechamento de empresas, queda do PIB, alta da inflação, porque, afinal, não sabemos priorizar a exposição.
Outro apelo é que as pessoas parem de abolir os equipamentos de proteção individual (EPI). Máscaras e a própria higiene das mãos já não estão recebendo mais a devida atenção. Demorou para a população adotar os hábitos, mas parece que está fácil abandoná-los.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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