Rede de farmácias fundada em 1950, a Maxxi Econômica quer duplicar de tamanho em três anos. Com sede em Canoas e uma das maiores do setor no Rio Grande do Sul, a empresa tem atualmente 124 unidades. Já há contrato assinado para abrir nove lojas nos próximos meses, gerando cem empregos. Para conhecer a estratégia da empresa, o programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha) conversou com Diones Marin, sócio-diretor da rede. Confira:
Qual a estrutura da empresa hoje?
É uma empresa familiar que começou com meu avô. Somos de Canoas, mas estamos em mais de 60 cidades do Rio Grande do Sul com 124 farmácias. São 1,5 mil funcionários e estamos em expansão. Estamos buscando novos negócios, acreditando muito no nosso negócio, no varejo. E os números vêm sendo bem positivos.
E tem planos de abrir também fora do Rio Grande do Sul?
Temos planos, mas ainda há várias cidades aqui no Rio Grande do Sul onde queremos atuar. Depois, quem sabe, subimos para Santa Catarina e Paraná. Mas, por enquanto, o Rio Grande do Sul é o nosso foco.
As farmácias já existentes se concentram em uma região específica?
Atuamos com força na Região Metropolitana, mas temos loja em todo o Litoral, Serra, na parte central do Estado, em Pelotas, Rio Grande e São José do Norte.
E o plano de expansão é atingir quantas farmácias?
Buscamos crescimento, mas não a qualquer custo. Não nos endividamos para abertura de filiais. Nosso plano é dobrar de tamanho em 36 meses e buscar nosso primeiro R$ 1 bilhão de faturamento. Deu uma segurada na pandemia, mas temos nove lojas para abrir agora. Algumas obras pararam, mas vai dar para inaugurar mais cinco lojas ainda em 2020.
As lojas ficam na rua ou em shoppings?
São lojas de rua.
E vocês pretendem seguir nessa linha?
Isso. Temos em alguns lugares estratégicos, como uma loja que estamos abrindo no Hospital Ana Nery que será nossa quinta filial em Santa Cruz do Sul. Mas o nosso foco mesmo é loja de rua. Atuamos com força em bairros.
Essas novas lojas seguem o modelo de negócio de vocês?
Seguem, mas estamos partindo para lojas com estacionamento, o que dá uma conveniência maior para os clientes. Estão, então, nesses novos contratos que temos com os investidores que constroem para nós. As farmácias são o mercado do futuro.
Farmácias são o mercado do futuro
DIONES MARIN
Diretor da Maxxi Econômica
Quando eu noticiei, há poucos dias, a estratégia de vocês começarem a vender brinquedos nas farmácias, essa frase chamou a atenção. Ela trata de diversificação no mix de produtos, isso?
Sim e a pandemia também mostrou isso. Muitas pessoas vieram à farmácia não só atrás de medicamento. Também por ser um dos poucos lugares que estavam abertos. Estamos trabalhando muito forte com conveniência, com categorias novas de produtos. As farmácias são o mercado do futuro. Olhe como é nos Estados Unidos. O que ocorre lá acontece aqui, com um "delay" (atraso). Estamos muito próximos do modelo norte-americano depois que a legislação permitiu que as farmácias pudessem trabalhar com alguns alimentos, bebidas, brinquedos, entre outros. Acho que tem muita coisa para acontecer.
Quando eu fazia cobertura da NRF nos Estados Unidos, ficava trabalhando à noite no hotel e, para jantar, comprava sushi na farmácia ao lado...
Sabe que eu estava falando com um fornecedor que tem uma farmácia de um amigo no Paraná que é o lugar onde mais se vende congelado na cidade. Ele tem congelador e não dá conta da venda. Imagina, daqui um tempo, a Maxxi ter uma linha de congelados...
O diretor falou antes sobre produtos de conveniência. Quais são?
Temos um mix de bomboniere, Coca-Cola, sorvete, picolés... No verão passado, trabalhamos também com Havaianas nas lojas do Litoral e em algumas unidades maiores. Agora, vendemos brinquedos.
E vendeu bem chinelos?
Vendeu. Havaianas vende bem.. (risos).
É consumo por impulso, não? Que também é importante para farmácias. Na pandemia, as redes que atuam em shopping sofreram porque caiu o fluxo de clientes. O consumo por impulso acontece quando o cliente vai até a loja. Vocês perceberam?
Alguns produtos que considerávamos "curva c", de menos giro, tiveram um período de venda maior agora. Isso foi algo inusitado. Mas vi que meus concorrentes tiveram o resultado comprometido pelas lojas de shopping.
Quais são os produtos que venderam mais e que tradicionalmente são de baixo giro?
Água e, claro, o álcool gel, que estava parado. Vendeu tudo e até faltou. A luva de procedimento se tornou produto de giro alto. Até a própria máscara, que nem tínhamos em algumas lojas e tivemos que colocar. Até hoje, estamos vendendo muita máscara.
Com esse plano de expansão, vocês têm empregos abertos?
Sim. Nessas nove lojas já com contrato assinado para abertura, serão cerca de cem empregos diretos. E, na pandemia, procuramos não demitir. Claro que enxugamos o que dava. O empresário teve que se mexer muito rápido, não deu para pensar por muito tempo, e a pandemia não passou ainda. A nossa venda ainda não voltou ao que era. Então, nossa despesa teve que baixar, mas fechamos apenas duas lojas porque o movimento caiu muito. Uma das lojas que fechamos ficava na Rua dos Andradas, no centro de Porto Alegre. Era uma loja tradicional, mas não tinha venda e fechamos por causa da despesa.
Como as pessoas podem mandar currículo para as vagas?
Pelo e-mail vagas@maxxieconomica.com. No site, há algumas vagas sinalizadas e são para várias cidades do Estado.
Uma curiosidade que os ouvintes sempre comentam: temos muitas farmácias nas ruas. Brincam que é "uma em cima da outra". Qual é essa estratégia?
Boa pergunta. Eu me pergunto a mesma coisa. Nós não nos endividamos para abrir loja porque não é a salvação do negócio, mas os concorrentes abrem uma farmácia na frente da outra. Acabam enfraquecendo muito os pequenos. Eu não vejo como uma boa estratégia. Nós buscamos lugares estratégicos, mas não abrimos uma farmácia na frente de outra para o concorrente não entrar. Farmácia sempre será um bom negócio, mas tem muita loja que eu considero ter um preço muito alto.
Ouça o programa Acerto de Contas aqui:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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