A coluna tem monitorado a falta de produtos na indústria, que chegou à construção, a outras fabricantes, às transportadoras e agora a mais segmentos do varejo. Nesta quinta-feira (17), publicou que a quebra na produção está emperrando as encomendas das lojas para Black Friday e Natal. Um empresário de varejo já comentou sobre a coluna complementando: "não tem mais colchão".
Ainda no caminho de entender melhor o impacto, a coluna conversou com o empresário Eduardo Oliveira, CEO da F1 Commerce. Com sede em São Leopoldo e escritório em São Paulo, a empresa faz plataformas de venda usadas, na maioria, entre as próprias empresas, no chamado Business to Business (B2B). Ou seja, ferramentas de negociação para indústrias, distribuidoras e varejo, cadeia econômica envolvida antes de um produto chegar ao consumidor. E ele disse:
- Toda a cadeia econômica está descompassada.
As indústrias pararam no início da pandemia, por decretos de restrição ou adoção de medidas de segurança. Muitas voltaram com produção reduzida com receio de queda das encomendas. O ajuste não é feito do dia para a noite. Falta insumo porque a vendedora da matéria-prima fez o mesmo, é preciso aumentar quadro de funcionários, a logística está irregular e nem todos os parques fabris podem voltar a funcionar rapidamente. Fora que está difícil importar da China, onde aconteceu o mesmo.
- Há um esgotamento na expedição de produtos na China. Esse ajuste não é rápido. Alguns falam em dois meses, outros em seis meses, mas certamente tem gente projetando uma normalização para daqui a um ano só. Até lá, os preços ficam altos - diz o CEO da F1.
Eduardo Oliveira conta que está há duas semanas com reuniões intensas para discutir alternativas. Ele chegou a listar o que está faltando e que está provocando a "trava" na cadeia econômica:
- Plástico, papel, metais, equipamentos elétricos, tecidos, há problemas em todas as frentes. Quando voltaram, as fábricas consumiram o estoque e não tem como atender a demanda agora. Há gente cogitando fechar fábrica porque não pode aceitar pedido.
E mais, tem sido recorrente a decisão de escolher qual pedido a empresa irá atender, conforme o que gerar menor penalidade de contrato. Há clientes que solicitaram modificação de plataforma para permitir o cancelamento da encomenda já automatizando o estorno do pagamento.
- A derrubada de pedidos está alta.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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