"Onde está a tua goiabeira?" Estou desde ontem recebendo essa pergunta pelo WhatsApp da Rádio Gaúcha, pelas redes sociais e, inclusive, no meu telefone pessoal. Essa plantinha me acompanhou como cenário desde o início do home office lá em março, quando comecei a fazer minhas participações do Jornal do Almoço direto de casa.
Nesses cinco meses, ela quadruplicou de tamanho. Estava já ficando torta na direção da janela, em busca do sol. Os telespectadores começaram a me avisar semana passada que era hora de levá-la para um novo lugar, e foi o que fiz no final de semana. Alertaram, inclusive, para a necessidade de colocar um pedaço de madeira como suporte sobre a posição solar. Minha goiabeira foi replantada no pátio da casa de final de semana que minha família tem em uma área rural da região metropolitana de Porto Alegre.
É apenas uma pequena goiabeira, mas representa bastante desse momento e achei lindo o engajamento que gerou no público. Ganhei a mudinha dos donos de uma pousada onde ficamos na praia da Pinheira (SC) no início do ano, um lugar que gostamos muito e onde nos acolheram em um dia bastante difícil. É um dos primeiros locais para onde eu, meu marido e meus filhos pretendemos voltar após a pandemia.
No lugar dela, coloquei nessa segunda-feira (31) uma muda de canafístula. Ganhei do meu tio Álvaro também no meio da pandemia. Ele deixou na portaria do meu prédio envolta em saudade. É uma árvore linda, com flores amarelas que combinarão com o pôr do sol quando ela estiver já no pátio e grande, perto da goiabeira. Também ficará próxima do pessegueiro, que achamos que tinha morrido, mas voltou a dar brotos assim que começou a esquentar novamente. Tem ainda o butiazeiro que ganhamos do ouvinte Fabio. E pé de acerola, pitanga, tomates que nasceram de semente, a bergamoteira que ganhei da sogra. Todos ficam em um pátio que está sendo capinado pelo meu pai, que dizia não querer saber mais de campo depois de ter saído da roça, mas que tem feito dessa a sua principal atividade na pandemia. Minha mãe se exercita caminhando em volta da casa, brincando de pegar com as crianças.
Obrigada, leitores, ouvintes e telespectadores. Por me ajudarem a cuidar dessa goiabeira. Ela carrega lembranças de um ciclo, que acabará, que é difícil por mais que me sinta privilegiada, mas que tem também seus momentos bonitos e introspectivos.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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