Marca gaúcha de calcinhas e biquínis que substituem os absorventes de menstruação, a Herself terá um espaço físico em Porto Alegre chamado Casa da Menstruação, seguindo no caminho da quebra de tabus. O espaço reunirá produtos para venda, ações educativas e também projetos sociais. A empresa foi acelerada por iniciativas como o Itaú Mulher.
Com a pandemia, a abertura do espaço em si acabou adiada, mas o prédio está em obras e ficará no bairro Moinhos de Vento. As ações em paralelo continuam, com cursos e inclusive um livro chamado Menstruação para Meninas Corajosas. A ideia da obra e da proposta toda da Herself é inserir o tema de uma maneira mais leve na vida de meninas que menstruam. Já foram 160 alunos e terá uma nova turma online aberta agora em setembro.
A Herself foi criada por estudantes de Engenharia Química por meio de um funcionamento coletivo para encontrar uma solução mais sustentável que absorventes descartáveis. Argumentam que o Brasil não tinha inovação para protetores menstruais desde 1930, e que 400 absorventes descartáveis equivalem a três quilos de lixo que vai para o aterro e R$ 280. Raíssa Kist, uma das fundadoras, teve menstruação tardia e se questionava se estaria tudo bem com ela:
- Em 2016, passei a me questionar de onde vinha tanto constrangimento para falar sobre menstruação. Por que algo tão natural para a mulher era visto como errado? Querendo ressignificar a relação com a menstruação, percebi que poderia fazer a diferença na vida de outras mulheres.
Da matéria-prima à modelagem, tudo foi criado pelas empreendedoras no Rio Grande do Sul. Apostam no investimento e mão de obra local para promover a chamada economia solidária.
Além das calcinhas absorventes, há os biquínis e maiôs. Os absorventes tecnológicos têm um valor mais acessível. Produzem ainda sutiã para amamentação e uma toalha menstrual, para mulheres com fluxo intenso.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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