Na última semana, a coluna noticiou que a Feevale será a universidade que vai representar o Brasil em uma pesquisa mundial sobre coronavírus. Quem vai coordenar essa parte do estudo será o professor Fernando Spilki, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Virologia e integra o Comitê de Especialistas Rede Vírus do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Aproveitamos a conversa no programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha) sobre a nova pesquisa para perguntar ao professor sobre como ele está avaliando o avanço das vacinas. Confira as respostas:
Como o professor avalia o avanço nos testes das vacinas e qual a sua previsão para que cheguem às pessoas?
A vacina inglesa de Oxford tem resultados bastante avançados, já indo para a fase três. São resultados divulgados publicamente, o que dá uma confiabilidade grande. Tem a vacina da chinesa Sinovac, também já com resultados razoáveis e publicados e conseguimos acessar. Há ainda resultados para a vacina alemã da Pfizer, que é a aposta maior do governo americano. Tem a vacina da Rússia, que, do ponto de vista técnico, é bastante simular a de Oxford, mas que a gente não conhece os resultados porque não foram divulgados. Precisamos olhar a aplicação dela em pessoas a partir de outubro. E as outras iniciativas, como a vacina da Moderna. Além de alguns protótipos brasileiros que devem começar a aparecer, como da USP e da Fiocruz. Elas devem começar os primeiros testes em breve. Eu mantenho, por enquanto, a previsão de ter vacina disponível no mercado entre final de 2020 e metade de 2021.
As pessoas estão colocando muita expectativa em cima das vacinas. O que acha disso?
Talvez muitos de nós tenhamos a impressão de que a vacina encerra o problema imediatamente. Ela continuará demandando cuidados. Talvez permita determinadas flexibilizações em ambientes da sociedade. Nós não esperamos, na primeira geração, vacinas com 100% de eficácia e a cobertura inicial também não vai ser próxima daquele ideal de 70% ou 80% que se imaginou. Além do que, há necessidade de tomar mais de uma dose. Então, será um retorno ainda gradual à normalidade. Não é como "amanhã vai ter vacina, as primeiras pessoas vacinadas, e a gente pode abrir todos os setores com atividades como tínhamos antes". O retorno é lento e gradual, auxiliado por uma vacina.
E como você enxerga o surgimento de várias possíveis vacinas?
Que bom que várias iniciativas de vacina estão saindo e dando certo. Até porque há várias questões envolvendo a vacina, inclusive de interesses econômicos, políticos, jogos geopolíticos entre os países e os estados da federação. É necessário ter mais de uma vacina possível, disponível para dar continuidade a esse processo de imunização.
Confira também a matéria onde Spilki fala mais sobre projeção de vacinas e explica sobre o projeto que estará participando representando o Brasil em pesquisa mundial sobre coronavírus: Universidade gaúcha representará o Brasil em estudo mundial sobre o coronavírus
Ouça a entrevista que Fernando Spilki deu sobre o assunto para o programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha):
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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