Depois de ter disparado em março, quando a pandemia provocou uma corrida aos supermercados, o preço do leite está caindo para o consumidor. Com o aumento na demanda, foram identificadas elevações de 60% de uma semana para a outra no Rio Grande do Sul. A coluna chegou a receber relatos - e também verificar in loco - que o litro custava até mais de R$ 3,60.
O sindicato que representa a indústria de laticínios, Sindilat-RS, disse que o motivo era a entressafra além de custos gerados por medidas de segurança contra o coronavírus. No entanto, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) considerou as elevações abusivas e sugeriu às varejistas associadas que não comprassem de fornecedores que praticassem os aumentos fortes.
Mas, ao que parece, foi a retração da demanda que fez baixar o preço do leite mesmo. Além de ter passado o medo de desabastecimento gerado no consumidor, a crise também afetou a renda das famílias. Outro fator foi a queda brusca nas compras por estabelecimentos de alimentação, ressalta análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, que monitora as principais bacias leiteiras do país e identificou pressão de queda nos preços aos produtores. Em especial, de derivados, como o queijo.
Para o consumidor, o Dieese identificou queda de 4,7% no preço do leite em maio sobre fevereiro. O item integra a cesta básica de alimentos pesquisados em Porto Alegre. Pela percepção da coluna, no entanto, ainda não voltou ao preço de antes da pandemia. Conforme os anúncios de promoções, o litro está girando em torno de R$ 2,50.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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