Enquanto a coluna disparava vários links de notícias para as listas de transmissão do WhatsApp, recebeu a seguinte mensagem do presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento, Sérgio Galbinski:
- Giane, a notícia mais importante de hoje para o varejo foi a dos vestiários. O pessoal está comemorando!
E Galbinski também comemorou, claro, já que é dono da Casa Louro e estava preocupado com a venda de roupas e calçados, considerando as restrições para experimentar dentro da estratégia para evitar o avanço do coronavírus. O empresário se referia na mensagem à portaria estadual que liberou o uso dos provadores de roupas. Em abril, o governo havia ordenado o fechamento dos espaço e proibia a prova de qualquer vestimenta, incluindo acessórios, bijuterias e calçados. A portaria determina a higienização das roupas após a prova ou a devolução pelo cliente. O documento recomenda o uso de passadeira a vapor, dispositivo de higienização ultravioleta ou um período mínimo de arejamento de 48h a 72h. No caso de lojas de cosméticos e perfumaria, está proibido a disponibilização de mostruários, como batons, perfumes e cremes, para a prova do cliente.
Por enquanto, a flexibilização é apenas para lojas de rua. Em breve, deve sair nova portaria com regras para lojas de centros de compras e shopping centers. A preocupação também foi abordada pelo coordenador regional da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Eduardo Oltramari, em Live de GaúchaZH na semana passada.
- Em grande parte dos casos, o lojista não consegue consagrar a venda sem o consumidor ter a possibilidade de experimentar - disse o empresário, que também é superintendente do Shopping Total, onde a maior parte das lojas foi reaberta ao público no dia 22 de maio, após flexibilidade da prefeitura de Porto Alegre.
As lojas de calçados e vestuário representam aproximadamente 30% do varejo do Rio Grande do Sul, diz o presidente da AGV. Segundo Sérgio Galbinski, são 100 mil lojas.
- O pessoal estava levando para casa “em condicional” para experimentar.
Mas até mesmo as trocas exigem cuidado. Lembre-se que o coronavírus é bastante resistente. Sobre o assunto, a coluna pediu orientações de Fernando Spilki, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV).:
- O ideal seria que as roupas fossem lavadas porque isso tem uma boa eficácia contra vírus respiratórios. Mas entendo que é complicado pela apresentação da peça. Então, talvez o mais adequado seria o "repouso" do item. Segundo estudos preliminares, o vírus dura até 24h em tecidos. Em outros materiais, pode chegar a um extremo de 72h ou mais. A loja poderia deixar a roupa parada quatro dias e recomendar a lavagem antes do uso a quem comprar. Não são as vias mais normais de contaminação. Pega-se o coronavírus com muito mais frequência diretamente de outra pessoa, mas todo cuidado é pouco em virtude da virulência, da patogenicidade, da morbidade e da mortalidade desse vírus.
Principais pontos para o funcionamento dos provadores
- Higienizar os provadores com álcool 70% ou outro desinfetante e, caso dotado de cortina, realizar a higienização com vapor e aguardar secagem para novo uso
- Controlar o acesso aos provadores
- Disponibilizar álcool gel 70% para higienização das mãos ao ingressar e sair dos provadores
- Orientar os clientes a permanecer com a máscara durante a prova de roupas e acessórios
- Proibir a prova de peças que entrem em contato com o rosto, como camisetas e blusas
- Higienizar as roupas após a prova ou a devolução pelo cliente, com o uso de passadeira a vapor, dispositivo de higienização ultravioleta ou assegurar período mínimo de aeração de 48 horas a 72 horas
- Orientar os clientes a higienizarem as mãos antes e depois da prova de calçados e, após, manter os objetos em local arejado, sem devolver imediatamente à caixa
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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