Empresa de calçados, a Piccadilly fechou uma fábrica em Santo Antônio da Patrulha e encerrou o setor de costura reduzindo a operação da sua matriz, que fica em Igrejinha. A informação do Sindicato dos Sapateiros de Igrejinha foi confirmada pela empresa em nota enviada à coluna.
O número de funcionários demitidos não foi informado. Segundo Dirceu Leodoro Alves, vice-presidente do Sindicato dos Sapateiros de Igrejinha, a empresa alegou que os custos do setor de costura nas fábricas eram altos. No comunicado enviado pela Piccadilly, a empresa acrescentou o impacto causado pela pandemia, dizendo que a crise sanitária foi implacável e lamentou ter de tomar a decisão. Informou ainda que fornecerá cestas básicas por três meses aos trabalhadores dispensados.
"Devido ao grande impacto negativo na economia, causado pela pandemia global do Covid-19, a marca precisou tomar esta decisão, vista pela empresa como um ato de sustentabilidade. O foco principal da companhia, neste momento, é garantir o bem estar dos colaboradores que foram desligados. Além de todos os direitos que os colaboradores terão mantidos pelo formato de rescisão optado pela empresa, a Piccadilly se comprometerá a entregar cestas básicas a todos nos próximos três meses. Todas as decisões tomadas foram muito bem pensadas e não afetarão de forma alguma a qualidade dos serviços prestados e dos produtos oferecidos pela marca. A Piccadilly sente muito pelo ocorrido e reforça que a maior crise sanitária mundial dos últimos tempos foi implacável, mas que esta é hora de darmos as mãos, nos reinventarmos e mantermos nossa empresa forte.", diz o comunicado da empresa.
Atualização: A empresa encaminhou uma complementação da nota após a publicação da coluna:
"Apesar do ocorrido, a Piccadilly esclarece que as unidades de Rolante, Teutônia e Igrejinha seguem com funcionamento normal, com mais de 2 mil colaboradores ativos."
Crise na indústria calçadista
Desde março, a coluna vem noticiando que a indústria calçadista tem sofrido muito o impacto da crise causada pelo coronavírus. Na semana do dia 20 de abril, uma atualização da Federação Democrática dos Sapateiros do Rio Grande do Sul já contabilizava 4,5 mil demissões nas indústrias de calçados, mas o número já subiu desde então e passou 5 mil postos de trabalho extintos.
A Paquetá, por exemplo, fechou sua fábrica de Teutônia na sexta-feira (24). Segundo a fabricante e varejista do setor de calçados, a produção do local foi redirecionada para outras unidades para redução de custos. Saiba mais: Paquetá fecha fábrica, mas nega falência e segue operando nas outras unidades
Outro exemplo é a Calçados Beira Rio, que dispensou 1,5 mil trabalhadores. Em nota, a empresa informou ter distribuído os cortes entre as 10 unidades fabris. Segundo a calçadista, a medida foi tomada para reduzir o impacto nas cidades.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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