A chuva registrada nos últimos dias de janeiro e temperaturas mais amenas à noite reduzem o impacto da estiagem no preço de alguns alimentos. Análise da Ceasa de Porto Alegre identificou aumento na produção, elevando a oferta e provocando uma redução de preços cobrados por produtores no local, onde mercados e restaurantes abastecem seus estoques.
Um exemplo é a couve-flor, que ficou 29% mais barata na última semana. Já a vagem caiu ainda mais, com uma redução de 53% no preço médio.
"Lembramos que nas últimas três semanas, o preço desta hortaliça (vagem) esteve nas alturas, chegando a R$ 7,50/kg, com produtos vindos em grande parte da Região Sudeste do Brasil.", diz a análise técnica da Ceasa.
Diretor da AGAS Jovem, braço de empresários novos da Associação Gaúcha de Supermercados, Bruno Lang analisou os preços da última pesquisa da Ceasa e confirmou que já se identifica isso nas compras feitas para as lojas. Inclusive, em outros produtos não destacados na análise.
— Melhorou a oferta de verduras em geral — diz ele.
Outros itens que tiveram queda significativa de preço foram o repolho verde (-17%) e a cenoura (-10%). Alimentos como milho, brócolis, beterraba, pimentão e espinafre não caíram, mas pararam de subir, registrando variação zero.
A melancia segue com redução, com recuo superior a 12% na última semana, lembrando que a fruta enfrentou a chuva em excesso no início do plantio e depois temperaturas elevadas, o que afetou a qualidade e baixou preços.
Batata preocupa
Proprietário do Super Lang, Bruno Lang pondera, no entanto, sobre a batata-inglesa. O alimento ficou 25% mais caro na última semana na Ceasa. Porém, os preços variam bastante, com o quilo custando de R$ 1 a R$ 2,30, dependendo da qualidade do alimento.
"Os tubérculos de menor qualidade são oriundos do Sul de Minas Gerais, apresentando tamanho pequeno, pele esfolada, etc. A batata de melhor qualidade, embora em volume pequeno, é procedente do Paraná, principalmente de Guarapuava.", analisa a Ceasa.
Lang conta que a batata inglesa é um dos hortigranjeiros mais vendidos nos supermercados. Além disso, os clientes costumam comprar grande quantidade do alimento, sentindo bastante quando o preço sobe.
— A batata fica no "TOP 3" de qualquer hortifrúti nos supermercados. Qualquer oscilação tem um impacto significativo para o consumidor. Além de ser consumida diariamente, a média de peso que os clientes levam ultrapassa um quilo — acrescenta o supermercadista.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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