O preço da gasolina caiu na refinaria, mas subiu das distribuidoras. A Petrobras reduziu os valores na última terça-feira (14), mas a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo identificou uma elevação de cinco centavos nesta semana. O alerta já tinha sido enviado para a coluna por João Carlos Dal'Aqua, presidente do Sulpetro-RS, o sindicato que representa os postos de combustível do Rio Grande do Sul.
Conforme a pesquisa da ANP, a média do litro da gasolina comum passou de R$ 4,21 para R$ 4,26 nas distribuidoras na última semana. Não houve repasse, ainda, para o consumidor de forma a interferir na média estadual nos postos de combustível, que segue há quatro semanas em R$ 4,76. A agência reguladora pesquisa mais de 360 postos no Rio Grande do Sul.
A justificativa dada pelas distribuidoras aos postos foi semelhante à resposta enviada para a coluna pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom). A entidade afirma que não se manifesta sobre preços, mas ressaltou que o que é cobrado pela Petrobras na refinaria é apenas parte do valor final que chega ao consumidor.
"É necessário considerar outras variáveis, como a parcela referente ao biocombustível (neste caso 27% do Etanol Anidro) e as parcelas de tributos federais (CIDE, PIS e Cofins) e tributos Estaduais (ICMS). Os impostos (tributos) representam mais de 45% do preço final do produto. No RS, o ICMS é um dos maiores do Brasil, 30% na gasolina. Outro ponto importante é que quinzenalmente é feito um ajuste na base de cálculo do tributo, levando em consideração o preço médio ponderado ao consumidor final divulgado pelo Ato COTEPE/PMPF", diz o Sindicom.
E, realmente, na quinta (16), passaram a valer os preços de pauta mais altos aqui no Rio Grande do Sul, sobre os quais é calculada a alíquota de ICMS a ser recolhida pelas empresas. Para a gasolina comum, a elevação foi de R$ 0,0572.
Sobre o etanol, o combustível precisa obrigatoriamente ser adicionado à gasolina. Ele vem subindo desde o último trimestre do ano passado nas usinas do Sudeste e Centro-Oeste do país, de onde o mercado gaúcho compra a substância.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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