Quem nunca recebeu uma foto de um posto de combustível nos Estados Unidos? Em destaque, está sempre um preço da gasolina de fazer inveja para qualquer brasileiro que deixa boa parte do salário na bomba. Leitores perguntam como é possível tanta diferença e a coluna traz aqui um comparativo feito pelo químico industrial Marcelo Gauto, especialista na área de petróleo e combustíveis. Com os valores mais recentes, o profissional detalhou a composição do preço médio da gasolina para o consumidor no Brasil, de R$ 4,38, com o cobrado nos Estados Unidos já convertido de dólares para reais, de R$ 2,85.
Com dados públicos, os gráficos abaixo mostram algo que não surpreende, que a grande diferença está na carga tributária. Enquanto nos Estados Unidos, os impostos e outras taxas representam 18% do preço, eles representam 44% no Brasil. Lembrando que o Rio Grande do Sul está entre os Estados com alíquota mais alta de ICMS sobre a gasolina, 30%. Portanto, o gaúcho paga ainda mais tributos do que na média nacional. Tanto que a média do litro da gasolina comum está em R$ 4,76 nos postos aqui do Estado. Sobre isso, leia também: Como é formado o preço da gasolina na Região Sul
Há ainda um peso bem maior do etanol. No Brasil, o combustível tem um percentual obrigatório que precisa ser adicionado à gasolina e que tem pesado nos preços. Ele é de 27%, contra 10% de mistura nos Estados Unidos. Desde o último trimestre de 2019, o custo do etanol tem subido sucessivamente nas usinas do Sudeste e Centro-Oeste do país.
O refino da gasolina em si tem custo maior nos Estados Unidos do que aqui no Brasil. Já a distribuição e a revenda também são mais caras para os brasileiros, mas a diferença é relativamente menor. Percentualmente, aqui elas pesam bem menos do que no litro da gasolina para os norte-americanos.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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