A retomada nos preços dos imóveis residenciais não chegou no segmento comercial, que ainda sente com mais força os efeitos da crise econômica na retração dos negócios. O metro quadrado fechou 2019 com forte queda na média de custo em Porto Alegre. Entre os anúncios para venda, a redução nominal foi mais intensa, de -6,5%. Considerando a inflação, o recuo gira em torno de 10%.
Foi a segunda maior queda da pesquisa, que considera 10 cidades. Porto Alegre ficou atrás apenas de Curitiba, no Paraná, onde o recuo foi de 8,29%.
Em dezembro, a queda se intensificou, ficando em -1,26% sobre novembro, segundo o Índice FipeZap Comercial. O metro quadrado fechou o ano com preço médio de R$ 7.156.
No caso dos imóveis comerciais anunciados para locação, Porto Alegre teve queda de 0,30% em dezembro. No acumulado do ano, ficou em -0,54%, que é a queda nominal, ou seja, sem nem considerar a inflação do período. O metro quadrado para alugar fechou 2019 custando, em média, R$ 31,08.
A pesquisa Fipe considerou cerca de 15 mil imóveis comerciais anunciados em Porto Alegre. Veja os bairros mais caros e mais baratos:
À venda:
Bairros mais caros: Vila Jardim, Santana e Independência
Bairros mais baratos: Navegantes, Cavalhada e Centro Histórico
Para alugar:
Bairros mais caros: Jardim Europa, Vila Jardim e Santana
Bairros mais baratos: Partenon, Nonoai e Sarandi
Perspectivas
Mas há perspectivas melhores no horizonte. Criado em 2015 durante o auge da crise econômica, o Índice de Expectativa do Mercado Imobiliário de Porto Alegre (IEMI) fechou 2019 atingindo recorde positivo. Quem comemora o resultado é o diretor Tiago Dias, da Alphaplan Inteligência em Pesquisa, que calcula o indicador. O indicador atingiu agora 150,8 pontos, avançando 9,7% sobre o trimestre anterior. Houve melhora na expectativa de todos os entrevistados, que incluem incorporadoras, corretores imobiliários e até mesmo consumidores. As construtoras seguem as mais otimistas, mas o maior avanço na confiança ocorreu entre consumidores.
Sobre a retomada do setor imobiliário, leia o que a coluna publicou ainda no início de dezembro: Termômetro e motor da economia, construção civil já traz indicadores positivos no Sul.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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