Uma marca que já foi bastante conhecida no mercado imobiliário gaúcho está de volta. A Noblesse foi recomprada e prepara a abertura de uma loja. Como CEO, está o gaúcho Eduardo Sukienik. Ele era proprietário da rede de imobiliárias, vendida para a Brasil Brokers em 2007, empresa que recentemente deixou o Rio Grande do Sul. A informação foi antecipada pelo executivo ao programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha).
A Noblesse foi fundada em 1996, com 10 corretores. Anos depois, pegou todo o boom imobiliário no país, chegando a ter 12 lojas e 550 profissionais. Então, Sukienik vendeu a empresa para a Brasil Brokers e ficou com uma participação na compradora. Logo depois, a companhia abriu capital na bolsa de valores, o chamado processo de IPO.
— Saí da empresa em 2015, pouco depois de o mercado ter virado em 2014. O setor imobiliário foi do céu ao inferno sem escalas. O índice de distrato ficou muito alto. Praticamente, se vendia duas vezes a mesma unidade. Juntou uma crise de confiança com um movimento nocivo ao mercado, que é o guidance das incorporadoras, buscando satisfazer investidores — lembra o executivo, referindo-se ao relatório onde as empresas projetam seus resultados futuros.
Eduardo Sukienik saiu da Brasil Brokers com um cláusula de não competição por quatro anos. Agora, com a companhia recuando para Rio de Janeiro e São Paulo, ele retomou os direitos da marca, apostando em uma retomada do mercado imobiliário.
— Já está acontecendo em São Paulo, onde tudo é a jato. Para cá, vem de carro, mas também chega. Mantive uma operação de marketing e tecnologia com a holding TWGroup, que atende mercado imobiliário, e vejo que ele está voltando com força e responsabilidade.
Sobre a retomada do setor imobiliário, leia o que a coluna publicou ainda no início de dezembro: Termômetro e motor da economia, construção civil já traz indicadores positivos no Sul. Ao citar responsabilidade, Sukienik refere-se a planejamento. Segundo ele, as empresas estão lançando empreendimentos após pesquisas de mercado e avaliações.
— Não apenas para satisfazer investidor. Há muito mais critério na avaliação dos compradores.
A Noblesse volta efetivamente a funcionar em março. Segundo o executivo, será usada muita tecnologia na condução do negócio.
— Não precisarei de tantos corretores, mas de funcionários contratados que farão uma pré-qualificação dos clientes. Por exemplo, entram mil pessoas por mês na imobiliária, mas apenas 20% são consumidores em potencial. O restante está apenas avaliando. Com a qualificação prévia, os 20% são passados para a equipe de vendas e os demais têm outro tipo de preparação — explica ele.
Na sua volta ao mercado, o foco da Noblesse será em imóveis de médio e alto padrão. A primeira unidade ficará no FK Convenience Office, na Avenida Túlio de Rose, em Porto Alegre. O espaço terá 250 metros quadrados e 56 estações de trabalho para cerca de cem corretores e 10 funcionários administrativos. A empresa trabalha com a possibilidade expansão por meio de franquias ao longo de 2020.
Saiba mais, no programa Acerto de Contas. Domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha. Ouça aqui:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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