Em 2019, a cesta básica de Porto Alegre registrou aumento de 8,95%, encerrando o ano com o valor de R$ 506,30. A elevação é mais do que o dobro da inflação de 2019, quando o Índice de Preços ao Consumidor ficou em 3,56% na Capital.
A grande pressão veio da carne, alerta a supervisora do Dieese no Rio Grande do Sul, Daniela Sandi. Em especial, no último trimestre do ano, como a coluna vem alertando desde então. Em dezembro, o tomate também voltou a subir com força.
Dos treze produtos pesquisados, nove ficaram mais caros ao longo de 2019: a carne (31,65%), a banana (15,38%), a batata (10,13%), a manteiga (8,66%), o óleo de soja (6,07%), o arroz (5,62%), o açúcar (3,00%), o pão (1,00%) e o leite (0,70%). Por outro lado, quatro itens ficaram mais baratos: o tomate (-31,81%), o café (-7,57%), o feijão (-2,30%) e a farinha de trigo (-2,12%).
Cesta básica X Salário mínimo
Em dezembro, o valor da cesta básica representou 55,14% do salário mínimo líquido. No mesmo mês de 2018, era 52,95%.
— O trabalhador com rendimento de um salário mínimo necessitou, em dezembro, cumprir uma jornada de 111h37min para adquirir os bens alimentícios básicos. Essa jornada foi superior a registrada em novembro (100h02min) e em dezembro de 2018 (107h10 min) — diz Daniela.
A variação da cesta básica no período do Plano Real ficou em 659,64%, enquanto a inflação medida pelo INPC/IBGE acumulou 530,09%. No mesmo período, o salário mínimo registrou alta de 1.440,36% (variação nominal).
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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