A venda do varejo gaúcho cresceu - e bem até - em setembro sobre agosto. O avanço foi de 2,5%, já feito o ajuste sazonal pelo IBGE. É um crescimento alto em volume, bem acima do 0,7% de avanço da média nacional na mesma comparação. No entanto, é importante ponderar que ocorreu em cima de uma base fraca, com a queda de 7,6% que tinha sido registrada em agosto sobre julho.
Ficou em 99,2 pontos, o segundo menor nível do ano. Apesar do avanço, ainda não devolve toda a queda de agosto, ficando abaixo ainda do patamar de julho: 104,8 pontos, que tinha sido o maior patamar do ano.
Em relação a setembro do ano passado, a venda do varejo gaúcho caiu 3,8%. Foi a segunda queda mais intensa do país, atrás apenas do Sergipe. Nacionalmente, as vendas subiram 2,1% nesta comparação.
Combustíveis e lubrificantes têm o pior resultado nessa comparação, com um recuo de 28,9%. Na outra ponta, destaque para o crescimento de 10,5% nos artigos de uso pessoal e doméstico.
Ainda assim, o acumulado de 12 meses ainda tem crescimento de vendas nas lojas gaúchas. O avanço é de 2,3%, mas esse índice vem perdendo o ritmo.
— A recuperação do mercado de trabalho gaúcho não ganhou tração nos últimos meses, permanecendo em 15 mil postos no acumulado em 12 meses desde meados de 2018. Isso é condizente com um crescimento muito pontual da atividade econômica, e com a própria dinâmica observada nas vendas do varejo. A confiança dos consumidores também não apresenta melhora consistente: muitas vezes o dinheiro está disponível para as famílias, mas eventuais incertezas postergam decisões de compra hoje — analisa o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank.
Setores da economia gaúcha
Fechamento do 3o trimestre sobre o 2 trimestre:
Comércio ampliado: -1,4%
Serviços: -1,2%
Produção industrial: -2,9%
Fontes: IBGE e CDL POA
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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