No mesmo dia em que dois sócios foram presos, a Justiça decretou a falência da Brisa Embalagens. A fabricante de Três Coroas, no Vale do Paranhana, estava em recuperação judicial desde o ano passado, quando informou ter R$ 15 milhões em dívidas com 300 credores. A coluna Acerto de Contas noticiou no início de outubro que a fábrica amanheceu em uma segunda-feira fechada com cadeados e correntes.
Além da autorização para arrombamento da fábrica lacrada, a Justiça também já havia determinado o bloqueio de todos os valores depositados em contas bancárias que pertencem ao grupo da Brisa Embalagens. A medida foi tomada via Bacenjud, que é um sistema que liga Justiça, Banco Central e instituições bancárias para agilizar a solicitação de informações e envio de ordens judiciais ao sistema financeiro. Foram três CNPJs citados na decisão judicial, que também definiu pela indisponibilidade dos bens.
No processo de falência, os bens da empresa passam a integrar a chamada massa falida. Os efeitos podem, inclusive, atingir o patrimônio dos donos. O dinheiro arrecadado com a venda deles é usado para pagar os credores, a partir de uma ordem de preferência estabelecida por lei.
Sócios presos
Ainda na manhã dessa sexta-feira (1º), dois empresários da Brisa Embalagens foram presos acusados de fraude no processo de recuperação judicial. São dois irmãos, de 40 e 32 anos, e não tiveram as identidades reveladas. Houve o cumprimento de três mandados de busca e apreensão. Na casa dos sócios e do pai de ambos, foram apreendidos valores em dinheiro, documentações, computadores, aparelhos celulares, uma espingarda calibre .22, veículos Gol e Audi Q5.
Após o fechamento da fábrica sem avisar funcionários, foi iniciada investigação que identificou retirada de maquinário do interior da indústria avaliados em R$ 3,5 milhões. Também se constatou a destruição de documentos e imagens do sistema de vídeo interno da unidade. Câmeras de vizinhos também flagraram caminhões da Brisa saindo carregados do interior da fábrica. Os sócios presos deverão responder por crimes falimentares, destruição de documentos, duplicata simulada e lavagem de dinheiro.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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