Braço social da empresa gaúcha que é uma das maiores varejistas do país, o Instituto Lojas Renner expandiu o projeto de capacitação de mulheres refugiadas, chegando a Porto Alegre. Essa é a quinta cidade que acolhe a iniciativa. A capacitação, oferecida dentro do programa Empoderando Refugiadas, acontece ao longo de seis semanas para 20 participantes.
O curso contempla temas como apresentação e reposição de produtos, contato com clientes, informação de preços e formas de pagamento. Além do desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais, a formação envolve visitas a lojas e contato com gerentes.
— O instituto tem a missão de dar empoderamento para as mulheres na cadeia têxtil. Ele existe desde 2016, com um convite e provocação da ONU Mulheres e do Pacto Global, em parceria com o Programa de Apoio para Recolocação de Refugiados. Atuávamos no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e, agora, em Porto Alegre — conta o diretor executivo do Instituto Lojas Renner, Eduardo Ferlauto.
Uma das participantes do curso é a venezuelana Angie Natali Armas Guaiçara. Com 18 anos, ela estudou até o terceiro semestre de direito na Venezuela, mas decidiu deixar o país e vir para o Brasil. Apenas com experiências acadêmicas, achou dificuldade de encontrar trabalho em Roraima e, há um mês, está em Porto Alegre.
—Eu vim para o Brasil com um propósito. Quero trabalhar, me estabilizar e conseguir trazer minha família para cá. O curso que estamos tendo é muito importante. Nos ajuda muito a autoestima, o que é muito importante. Ele nos ensina e nos mostra como ter ânimo, como ser uma mulher empoderada — conta Angie em uma conversa com a coluna Acerto de Contas.
Outra participante do Empoderando Refugiadas é Onisbel Betania Ramirez Carvajal. Ela saiu da Venezuela por causa dos problemas que encontrava no país. Como o pai do seu namorado era brasileiro, chegou a oportunidade de ela vir para o Brasil. Passando por Roraima e Manaus, decidiu ficar em Porto Alegre.
— O curso nos faz sentir forte, porque somos e valemos tanto quanto qualquer outra pessoa. Não somente no âmbito profissional, mas também pessoal, o curso nos ajuda a ver o que temos de mal em nossa vida e melhorarmos — comentou Onisbel.
A chegada do projeto em novas cidades acontece graças às parcerias que o instituto fecha com organizações locais. Em Porto Alegre, o curso é viabilizado com a ajuda da Aldeias Infantis SOS, através da metodologia criada pelo Instituto Aliança.
— Demos início no começo de setembro. Nessas três semanas de projeto, a gente já percebe uma mudança grande nas pessoas. Elas foram se desenvolvendo e entendendo as suas possibilidades, suas potências de resiliência, a capacidade de mudar da dor para a força — conta a coordenadora do projeto na Aldeias Infantis SOS, Akueline Cordeiro Padilha.
Até agora, o projeto já capacitou 280 mulheres nas cidades em que atua. Ao longo da história do programa, muitas se colocaram no mercado de trabalho. A própria Lojas Renner já efetivou a contratação de 48 participantes nas empresas do grupo.
Saiba mais, no programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha):
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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