No final da manhã, quando o dólar comercial era vendido a R$ 3,97, a coluna recebeu uma mensagem no celular do diretor de Operações da Mirae Asset, Pablo Spyer:
— Chuva de dólar se aproximando. Vejo trovões e raios verdes.
Quando setembro se despedia, o especialista já dizia que o rumo do câmbio pendia para os extremos, dependendo do andar da reforma da Previdência: Dólar pode baixar de R$ 4 ou ir a R$ 4,50 nos próximos dias, diz especialista
A aprovação da reforma era requisito de investidores internacionais para aplicarem no mercado brasileiro. É o que o pessoal chama de "dinheiro dos gringos". Quando mais ele vier, maior a oferta de dólares no Brasil e a tendência é que o real se valorize.
— Temos três semanas de queda no risco-país. O Brasil é visto como solvente, o Focus revisou o PIB para uma expectativa de crescimento maior (+0,91% em 2019), passamos a barreira dos R$ 4. Achei até que o dólar cairia mais devagar. Mas foram 5% em um dia, uai! — complementa o diretor.
No exterior, a guerra comercial entre China e Estados Unidos está mais calma. A situação de outros países, como Chile e Argentina, parece não estar influenciando tanto no mercado financeiro.
Além disso, há expectativa de corte no juro dos Estados Unidos. Na quarta-feira, sai a decisão do Federal Reserve (FED). Taxa menor no mercado norte-americano tende a levar dólares para outras economias.
Aqui no Brasil, temos a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) também para definir a taxa de juro Selic. Ela deve sofrer novo corte. Isso deixa a renda fixa menos atrativa para o investidor, mesmo o estrangeiro, mas tende a ser um impulso para a economia, o que é bem visto.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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