Acendeu a luz amarela na indústria da região Sul. O alerta é do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) a partir dos últimos dados do IBGE. Nessa terça-feira (8), a coluna Acerto de Contas inclusive detalhou o dado de queda 3,4% na produção da indústria gaúcha em agosto, que foi o pior do país e também o segundo negativo consecutivo. O dado preocupa por si só e mais ainda pelo fato de as fábricas terem sustentado por vários meses os indicadores gerais da economia do Rio Grande do Sul, mesmo que um crescimento sobre a base fraca da crise econômica.
O desempenho negativo também se verifica em Santa Catarina e, no Paraná, há perda no ritmo de crescimento. Os três Estados do Sul vinham registrando as trajetórias de recuperação mais consistentes, se destacando no país. Só que o movimento pode estar começando a dar sinais de esgotamento, observa o IEDI.
"Assim, a expectativa de que a indústria no agregado do país venha a ter resultados melhores até o final deste ano de 2019 pode vir acompanhada de uma mudança na composição regional do crescimento, com o Sudeste acelerando e o Sul perdendo dinamismo.", acrescenta a análise do instituto.
Além do tombo no Rio Grande do Sul na passagem de julho para agosto, Santa Catarina completou uma sequência de quatro quedas: -1,9%; -1,3%; -0,4% e -1,4%. O Paraná não chegou a ficar no vermelho, mas teve um crescimento de apenas 0,3%.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, a indústria gaúcha registrou o primeiro recuo em 2019 agora em agosto (-6,3%). Dos ramos pesquisados, 86% puxaram a queda, com destaque para metalurgia, produtos de metal e outros produtos químicos. Isso significa um quadro muito distinto da segunda metade de 2018, quando crescia a taxas superiores a +10%, lembra o IEDI.
Santa Catarina também perdeu produção na comparação com agosto de 2018: -3,1%. Resultado ruim em 75% dos seus ramos industriais, como têxteis, confecção, máquinas e equipamentos.
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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