O que estava muito bom parece ter, no mínimo, perdido o ritmo. A produção da indústria do Rio Grande do Sul recuou 3,4% e foi a queda mais intensa do país na pesquisa do IBGE divulgada nesta terça-feira (8), monitorando 15 Estados e mais a região Nordeste. O dado se refere a agosto sobre julho, já feito o ajuste sazonal.
Foi o segundo mês consecutivo de taxa negativa no setor gaúcho, acumulando no período perda de 5,8%. O instituto não detalha o desempenho por segmentos nesta comparação, mas na relação com agosto de 2018, destaca as quedas na fabricação de químicos e alimentos.
Com a queda, o patamar de produção das fábricas gaúchas recuou no mês para 92,5 pontos. É o menor nível desde junho de 2018, quando ficou em 92,2 pontos. São monitorados 232 produtos aqui no Rio Grande do Sul.
Apesar do resultado de agosto, o acumulado de 12 meses segue positivo e o melhor resultado da pesquisa do IBGE. A produção industrial do Rio Grande do Sul aumentou, nessa comparação, 6,6%. Foi puxada ainda pelo segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias. Perdeu fôlego, claro, já que registrava crescimento de 8,4% na divulgação anterior.
O dado preocupa por si só e mais ainda pelo fato de a indústria ter sustentado por vários meses os indicadores gerais da economia do Rio Grande do Sul. Pelo desempenho das fábricas, o índice de atividade econômica do Banco Central colocou o Estado por um bom período com o maior avanço do país, o que dava um alento mesmo que fosse um crescimento sobre uma base fraca. Afinal, os segmentos que mais vinham crescendo eram os que mais sofreram com a crise.
Nos próximos dias, o IBGE divulgará o desempenho também do varejo e do setor de serviços no Rio Grande do Sul. Com eles, teremos um panorama geral da economia gaúcha no mês de agosto.
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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