Cinco meses após ter informado que foi vendida, a Koch Metalúrgica passa por dificuldades. Com 94 anos e localizada em Cachoeirinha, a empresa tinha sido adquirida por um grupo de investidores chamado Impak Holding, conforme noticiou a coluna Acerto de Contas na época. Agora, está demitindo trabalhadores sem pagar as verbas rescisórias, informa o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Cachoeirinha.
Segundo o presidente do Stimeca, Marcos Muller, 15 trabalhadores foram dispensados nos últimos dias. Parece pouco, mas a empresa informou para a coluna em abril que tinha 90 funcionários. Na ocasião, chegou a dizer que abriria 60 empregos.
Muller recebeu os donos da Koch Metalúrgica no sindicato nessa quarta-feira (4). Segundo ele, a visita foi solicitada após ter sido publicada uma nota sobre a situação no site da entidade.
— Disseram que pretendem regularizar os pagamentos e que não pretendem fechar a empresa. Argumentaram que os donos anteriores da Koch não informaram sobre um passivo da metalúrgica. Há, inclusive, atraso nos depósitos do FGTS dos trabalhadores — contou o sindicalista.
Em abril, os diretores Ingo Erhardt, Magdalena Ross e Péricles Druck procuraram a coluna para contar da mudança no comando da Koch e sobre os planos da empresa. Tentamos contato com eles e, por enquanto, conseguimos falar por mensagem apenas com Druck, que é da família que era dona da Koch antes. Ele disse que não tinha informações porque não estava mais na administração da empresa há algumas semanas.
— Os planos estavam em andamento até o momento em que acompanhei — disse ele.
O prédio onde a Koch ficava foi vendido para a construção da fábrica de pães da Vital em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A metalúrgica teria a operação dividida em dois novos espaços.
Atualização: confira abaixo trecho de posicionamento enviado pela direção da Koch Metalúrgica na segunda-feira (9):
"Antes do novo time de gestão assumir a empresa, as dívidas eram impagáveis considerando o tamanho da companhia, a operação estava parada e os salários, atrasados em três meses.
A nova gestão não só reduziu o endividamento em mais de 90%, mas colocou todos os salários em dia e a planta voltou a operar. Mais importante, em dois novos prédios que agora dividem a empresa em duas unidades de negócio.
Portanto, o enorme esforço do time da Koch em tornar a operação novamente viável não pode ser agora ofuscado por um pequeno e honesto erro em não negociar previamente com o sindicato as condições de saída de profissionais que não possuem as qualificações necessárias para o sucesso do plano de recuperação da Koch. Fato este (a negociação) ser comum em um segmento como o metalúrgico. Estamos em fase de negociações adiantadas com clientes, fornecedores e instituições financeiras, fruto deste trabalho de recuperação."
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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