Postos de combustível de Porto Alegre aumentaram o preço da gasolina em 50 centavos nessa terça-feira (9). Em especial, estabelecimentos na zona sul de Porto Alegre. O alerta chegou por leitores e a coluna Acerto de Contas verificou que realmente o ajuste ocorreu em alguns postos, mas não em todos.
Há a curiosidade de que o aumento ocorreu no mesmo dia em que a Petrobras reduziu em sete centavos o preço da gasolina na refinaria. A estatal vinha mantendo os valores inalterados, enquanto o preço do petróleo oscilava no mercado internacional com pressão de países produtores e incidentes em regiões petroleiras. Além da cotação da commodity, a Petrobras considera o câmbio para estabelecer a tabela de combustíveis que a refinaria aplica para distribuidoras.
O presidente do Sulpetro, sindicato que representa os postos de combustível, disse para a coluna que não há um motivo específico para o aumento da gasolina. Segundo João Carlos Dal'Aqua, deve ser uma busca por equilíbrio de resultados por parte do empresário.
— Muitos postos estavam em uma competição de mercado acirrada com margens quase negativas. Deve ter acabado o fôlego financeiro. Como muitas vezes um se baseia na placa do vizinho sem calcular resultados, puramente emocional, é possível que o efeito agora seja ao inverso.
Dal'Aqua, no entanto, afirma que ajustes devem ocorrer. Isso quer dizer que podem haver reduções provocadas por concorrência. Ou não.
— O aumento de agora deve ser efeito localizado. O mercado é competitivo por demais. Este efeito gangorra deve ocorrer frequentemente. Como os preços são livres, cada um deve saber sua realidade e buscar sobreviver. Muitos postos estavam prativando margens de dez ou 20 centavos, o que é quase inviável.
Realmente, os postos começaram a reduzir o preço da gasolina antes mesmo de a Petrobras cortar na refinaria. A pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, realizada ainda na semana passada, apontou que a média do Rio Grande do Sul caiu pela oitava semana consecutiva. Passou a custar R$ 4,50, ou seja, uma redução de cinco centavos em relação à pesquisa anterior da ANP e atingiu o menor patamar desde março.
Em Porto Alegre, o preço ficou estável na semana passada, após ter caído dez centavos na pesquisa anterior da agência reguladora. A média do litro da gasolina comum estava em R$ 4,44. Varia entre R$ 4,26 e R$ 4,69.
A gasolina vendida pela refinaria às distribuidoras é diferente do produto no posto de combustível. É do tipo A, ou seja, antes da combinação com o etanol. Os preços divulgados pela Petrobras se referem aos produtos tipo A. Sobre esses valores, vão incidir a margem de lucro das distribuidoras e dos postos de combustíveis, os impostos, que variam de um Estado para outro, o custo da mão de obra, entre outras variáveis.
ICMS da gasolina
Enquanto a negociação do setor para o regime alternativo de tributação de ICMS está em andamento, a Receita Estadual não alterou o preço de pauta dos combustíveis, que entrou em vigência no dia 1º de julho. No caso da gasolina comum, ficou em R$ 4,8369, mesmo com a redução que estava ocorrendo nas bombas para os consumidores. Mas o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, adianta que haverá uma redução forte agora na metade de julho.